Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

2010

Rafal Olbinski



Feliz 2010

domingo, 20 de dezembro de 2009

Boas Festas


Windberg klosterkirche




BOAS FESTAS, MEUS AMIGOS,

E...

ATÉ BREVE!


terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Homem

José Alves - Madeira/07

Eu sou o Homem que caminha na ânsia de uma viagem sem fim.
Quero, apenas, pressentir uma sensação luminosa de distantes mundos ainda por desvendar...
Caminhar num vácuo imenso onde possa escutar a majestade tremenda de um silêncio inicial.
Eu sou o Homem que caminha na progressão envolvente de um espaço total!


Ana



José Alves - Açores/08

domingo, 13 de dezembro de 2009

Nau, Georgio Rios

José Alves - Madeira/07




Georgio Rios tem nome de Rio e alma de mar. É um jovem talento brasileiro da Bahia.
Georgio Rios é escritor aos vinte e oito anos de idade e dedicou-me o poema que, abaixo, transcrevo com um emocionado «obrigada»!

A Bahia está a mudar a minha visão do Brasil e a a trazer de volta a memória histórica do meu próprio país. Pêro Vaz de Caminha regressa e a velha Carta do Achamento fala, ainda, da Terra da Felicidade, na qual habitam poetas genuínos e criaturas generosas!

Obrigada, meus amigos bahianos, por me recordarem que existe esse Brasil, para lá da imagem redutora das violentas megapolis que os media me atiram diariamente.

Ao Georgio o meu muito obrigada e parabéns pelo talento promissor!

Apetece-me, então, dizer com Vergílio Ferreira:

«Uma Língua é o lugar donde se vê o Mundo e em que se traçam os limites do nosso pensar e sentir. Da minha Língua vê-se o mar. Da minha Língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto. Por isso a voz do mar foi a da nossa inquietação»

José Alves - Madeira/07

NAU


Para Ana Tapadas do RARA AVIS


Cada canto destas portas ,

destes quartos,

a inclinação do aço que em vão corre

por sobre as dobras das portas

este tudo que habita ínfimos

espaços,

requer sol,

busca vertiginosamente por expulsar

as sombras que infestam as dobras,

cada milímetro que compõe o eco das paredes

cada oscilação entre mar e silêncio


Mar(Silêncio)


Março, esquecimento de muitas datas

a saliência que esparge as invisíveis gotas

da chuva que imaginamos

que desaba, sem pressa sobre a pressa

dos carros, das gentes

é preciso mostrar os dentes

ante as coisas que nos fazem menores.


Mar(Silêncio)


Para além da música: silêncio.

Para além do silêncio, as chamas, todas

que aquecem as rotas, marés secretas,

profundo mar que navegamos






«Foi na Bahia, na região de Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália, que a frota de Pedro Álvares Cabral chegou, em 1500, marcando o descobrimento do Brasil. » (Wikipédia)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

«Chassez le naturel, il revient au galop»

Wassily Kandinsky

Tu, Deixa-me encher-te de porquês.
Não finjas estar longe do que vês.
Não serenes quando te dói e te revoltas,
Nem finjas maneiras firmes e desenvoltas!

Máscara! Máscara! Deixa-me retirá-la...
Incógnito senhor que caminhas!
Ai a tua alma, quem pudera libertá-la;
Quem pudera ver-te sem teias mesquinhas!

Porquê, a distância entre o teu querer
E as sombras brumosas do teu ser?
Senhor indefinido, quase te quero,
Quando te vejo à beira do desespero.

Quase te quero se representas de pai,
Homem, que és sombra que se esvai.
Quem me dera um dia conhecer ...
A distância entre o teu ser e o teu dever!

Ana

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Repentinamente

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7c/Isaiah%27s_Lips_Anointed_with_Fire.jpg

Benjamin West

A palavra era vazia
E a casa deserta!
O Amor hierarquia
E a Paz uma traição certa!

Os filiados do mundo,
Num grito cavo e profundo,
Ergueram, então, a cruz...
Tinham rostos impuros,
Desenhados de sonhos escuros,
Onde nunca acontecia a luz.

Nesse tempo os profetas
Ainda falavam de almas abertas.
Cantavam Amor;
Viviam Amor;
Sentiam o Amor de que falavam.

Repentinamente...
A palavra é oca e urgente,
A casa luxuosa e vazia...
Hierarquia!
Dor.


Ana



terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Babilónia

Martin Heemskerck


Séc. XVIII A.C.

Ogrody-Seminamidy


«Nas margens dos rios da Babilónia,
Sentámo-nos e chorámos»


Salmos, 137:1




Iraque, 8/12/2009 - JN


Séc. XXI D.C.







Iraque, 8/12/2009 - JN

4000 anos depois ...

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/iraque/imagens/brasao-do-iraque.gif


Brasão do Iraque

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Resumo


José Alves - Agios Nikolaus/Creta


Posso, finalmente, abrir os braços
E neles abarcar este mundo, este mar;
Falar-te das palavras pequenas e dos laços,
Que unem e libertam, bêbados de amar!

Dizer-te, com calma e sem protestar,
Que o eco divinal dos teus passos
Liberta a paz e o sonho de me dar
À força etérea de musicais compassos.

Neste eterno oscilar a música amo,
Da natureza de um ser o eco e perfume.
E, no antro da vida, procuro e clamo

Fugindo às cálidas manhãs e árido lume,
Porque os desejo e neles me derramo,
Posso dizer-te o Amor que o poema resume!

Ana

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

« Omnis Homo Mendax»


T.S. Kosztka, 1907



Falar de ti é sentir a palavra pequena
Para dizer-te a verdade que não liberta...
É ler-te na vida a razão do poema
Na teia de teus sonhos encoberta!

Falar de ti é ter dois dedos de luz
Presos ao orvalho da procura...
É erguer os olhos para a cruz
Fecundando paz no ventre da amargura!

É ter dois passos de noite, o sol e o luar,
Espreitando o último mistério da oração,
Ao apontar o imperativo do verbo amar!

É sentir amizade, ter confiança e ler solidão,
Dentro da penumbra perturbada do teu olhar.
Falar de ti é: vergar o orgulho à gratidão!

Ana


quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Total

Bacchiacca, séc. XVI


Existirá ainda revolta
Dentro da compreensão total?
Existirá ainda amor
No eco espasmódico da dor?
E na rebelião final,
Caminharás, assim, como quem volta?

Haverá ainda o meu peito
A esperar-te, tão insegura...
Haverá um Deus para te dar,
Indestrutível na sua essência pura.
E, na tua madrugada a espreitar,
Afago-te no seio do teu leito...

Permanecerá, ainda, o ideal
Sequioso de crescer e transformar
Calmo e agitado, num tempo e lugar,
Aberto ao teu reencontro fatal.
Menino: tarefa por realizar,
Nas premissas do holocausto final.

Ana