Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

domingo, 29 de agosto de 2010

DIA CINCO - O Triângulo

Alhambra - google images

Inebriemo-nos no triângulo: Granada, Málaga, Córdova.
O sonho encherá a Alhambra de artistas esclarecidos.
Lá fora as escaramuças continuam. Do Calpe, as novas trazem ventos do deserto. De Covadonga, godos decadentes reorganizam investidas. Carlos Magno claudicou nos Pireneus (ali onde repousa Pirene a amada de Hércules) e poetas nocturnos eternizam estas gestas.
Desperto para a beleza dos lugares.
- Mira, tantos alemanes!
Os godos estão de volta e nós havemos de ir às Astúrias, numa próxima partida. Covadonga já nos aguarda. A busca há-de ser multifacetada, sempre.
Na História não há hiatos.


Ana

Alhambra - google images


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

DIA QUATRO

Al - Andalus




                                                  







http://pt.wikipedia.org/wiki/Al-Andalus
http://www.libreria-mundoarabe.com/Boletines/n%BA68%20Feb.09/AndalusiesMudejaresMoriscos.htm

AL -ANDALUS

 Oito séculos de civilização a que pertencemos. Oito séculos que comungamos, ibéricos como nós.
Os meus olhos claros? A minha pele descorada? 
Ana, como se chamou sempre a neta mais velha na minha família e se continua a chamar a neta mais velha da nova geração... não sabias?
Que sabes do Al - Andalus?  
Pensas que tudo começou no norte de África...terás que olhar um pouco mais além este Al - Andalus germinado, talvez, na Pérsia  e embrião do Renascimento.

três culturas

 José ouve-me. É culto, tolerante, mas nasceu no extremo norte...

- Traz-me uns «pescaítos» fritos, por favor.

Ana

Obrigada, LUNA!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

DIA TRÊS


Querida Luna:
Estás por estas horas nos U.S.A., mas penso em ti. A tua índole boa e justa, a suavidade com que olhas o mundo.
Escreves tão bem na minha Língua lusa!
Imagino-te aqui, nestes rostos de mulher e evoco uma velha balada gasta aí pelo Mediterrâneo: Adiós, querida Luna...
Amiga de tantos rostos que essa bela palavra encerra, melodiosa e breve: Luna!
Hoje só ouvirei a melodia da Língua.
Castelhano que canta, som de guitarras dedilhadas que me vão embalando até ao sono.
Adiós, querida Luna.


Ana

Festa Andaluza - José Alves/2010



     








sábado, 14 de agosto de 2010

DIA DOIS

Andaluzia - José Alves/2010
 

ISLA CRISTINA OU DE LA HIGUERITA


 Agradece aos meus antepassados lusos mortos na Lisboa de 1755, quando um tsunami varreu a capital do império e D. João V partira há um lustre apenas, a solidez desta língua de terra consolidada sobre o clamor do pranto.
Talvez por isso me digas «Buenos días» sem saberes quem sou nesta minha pele branca que te confunde as origens. Valham-me tantos nórdicos trazidos pelo deus dinheiro, nesta última cruzada por um lugar ao sol. Que importa?
Pensas que não sei?
Como tu conheço bem a origem da aceifa árabe, como tu comungo os versos de Manuel Machado:

 Yo soy como las gentes que a mi tierra venieron
 Soy  de la raza mora, vieja amiga del sol...
Que todo lo ganaron y todo lo perderon
Tengo el alma de nardo del arabe español.


Ana

terça-feira, 10 de agosto de 2010

DIA UM

Costa Andaluza/José Alves - 2010

Trouxemos aqui os corpos cansados: «Andalúcia, tierra caliente»!
Fremente de vida, castelhano falado alto, cantado... «Oásis» merece o nome: o mar, a uma centena de metros, beija um areal imenso, sem rochas, último espraiar atlântico; o friso de pinheiras altas espreita o mediterrâneo e deixa um chão de chocolate adocicando o azul intenso deste céu; o resto fez o homem, com a arte da jardinagem, na construção de pequenos paraísos hispano - árabes ... Oásis.
 Trouxemos aqui os corpos cansados e lassos de calor seco e violento.
 Pausa nestes dias «calientes».
Só  um vendedor clandestino se acerca e te oferece peixe. Percebe, subitamente, a tua origem e cospe:
 - Mierda de Portugués!

  Andaluzia/José Alves - 2010

Ana