Feliz 2010
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
domingo, 20 de dezembro de 2009
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Homem
Quero, apenas, pressentir uma sensação luminosa de distantes mundos ainda por desvendar...
Caminhar num vácuo imenso onde possa escutar a majestade tremenda de um silêncio inicial.
Eu sou o Homem que caminha na progressão envolvente de um espaço total!
Ana
domingo, 13 de dezembro de 2009
Nau, Georgio Rios
Georgio Rios é escritor aos vinte e oito anos de idade e dedicou-me o poema que, abaixo, transcrevo com um emocionado «obrigada»!
Obrigada, meus amigos bahianos, por me recordarem que existe esse Brasil, para lá da imagem redutora das violentas megapolis que os media me atiram diariamente.
Apetece-me, então, dizer com Vergílio Ferreira:
«Uma Língua é o lugar donde se vê o Mundo e em que se traçam os limites do nosso pensar e sentir. Da minha Língua vê-se o mar. Da minha Língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto. Por isso a voz do mar foi a da nossa inquietação»
NAU
Para Ana Tapadas do RARA AVIS
Cada canto destas portas ,
destes quartos,
a inclinação do aço que em vão corre
por sobre as dobras das portas
este tudo que habita ínfimos
espaços,
requer sol,
busca vertiginosamente por expulsar
as sombras que infestam as dobras,
cada milímetro que compõe o eco das paredes
cada oscilação entre mar e silêncio
Mar(Silêncio)
Março, esquecimento de muitas datas
a saliência que esparge as invisíveis gotas
da chuva que imaginamos
que desaba, sem pressa sobre a pressa
dos carros, das gentes
é preciso mostrar os dentes
ante as coisas que nos fazem menores.
Mar(Silêncio)
Para além da música: silêncio.
Para além do silêncio, as chamas, todas
que aquecem as rotas, marés secretas,
profundo mar que navegamos
«Foi na Bahia, na região de Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália, que a frota de Pedro Álvares Cabral chegou, em 1500, marcando o descobrimento do Brasil. » (Wikipédia)
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
«Chassez le naturel, il revient au galop»
Não finjas estar longe do que vês.
Não serenes quando te dói e te revoltas,
Nem finjas maneiras firmes e desenvoltas!
Máscara! Máscara! Deixa-me retirá-la...
Incógnito senhor que caminhas!
Ai a tua alma, quem pudera libertá-la;
Quem pudera ver-te sem teias mesquinhas!
Porquê, a distância entre o teu querer
E as sombras brumosas do teu ser?
Senhor indefinido, quase te quero,
Quando te vejo à beira do desespero.
Quase te quero se representas de pai,
Homem, que és sombra que se esvai.
Quem me dera um dia conhecer ...
A distância entre o teu ser e o teu dever!
Ana
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Repentinamente
Benjamin West
E a casa deserta!
O Amor hierarquia
E a Paz uma traição certa!
Os filiados do mundo,
Num grito cavo e profundo,
Ergueram, então, a cruz...
Tinham rostos impuros,
Desenhados de sonhos escuros,
Onde nunca acontecia a luz.
Nesse tempo os profetas
Ainda falavam de almas abertas.
Cantavam Amor;
Viviam Amor;
Sentiam o Amor de que falavam.
Repentinamente...
A palavra é oca e urgente,
A casa luxuosa e vazia...
Hierarquia!
Dor.
Ana
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Resumo
Posso, finalmente, abrir os braços
E neles abarcar este mundo, este mar;
Falar-te das palavras pequenas e dos laços,
Que unem e libertam, bêbados de amar!
Dizer-te, com calma e sem protestar,
Que o eco divinal dos teus passos
Liberta a paz e o sonho de me dar
À força etérea de musicais compassos.
Neste eterno oscilar a música amo,
Da natureza de um ser o eco e perfume.
E, no antro da vida, procuro e clamo
Fugindo às cálidas manhãs e árido lume,
Porque os desejo e neles me derramo,
Posso dizer-te o Amor que o poema resume!
Ana
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
« Omnis Homo Mendax»
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Total
Dentro da compreensão total?
Existirá ainda amor
No eco espasmódico da dor?
E na rebelião final,
Caminharás, assim, como quem volta?
Haverá ainda o meu peito
A esperar-te, tão insegura...
Haverá um Deus para te dar,
Indestrutível na sua essência pura.
E, na tua madrugada a espreitar,
Afago-te no seio do teu leito...
Permanecerá, ainda, o ideal
Sequioso de crescer e transformar
Calmo e agitado, num tempo e lugar,
Aberto ao teu reencontro fatal.
Menino: tarefa por realizar,
Nas premissas do holocausto final.
Ana
domingo, 29 de novembro de 2009
O Corpo
Luís Ponte |
CML - Avenida da Liberdade
A sala é rectangular, repleta de uma luz plena de meio dia.
Duas portas - janelas abrem-se sobre as copas de árvores. Só vejo verde escuro de jacarandás sem flor. A cor marfim das paredes é suave e os quadros têm um bom gosto asséptico.
As cadeiras em volta de uma mesa baixa ficam longe demais das revistas usadas. Ninguém arrisca levantar-se para agarrar numa. Do meu lado direito, a mulher jovem telefona compulsivamente. O castanho mel dos seus olhos repousa num leito levemente avermelhado. Chorou há pouco, talvez. Do meu lado esquerdo um casal, acima dos sessenta, aperta uma pasta de exames e pergunta pelo médico de serviço. O veredicto deve ser rápido, solicita o homem habituado a controlar as situações e a proteger a mulher magra. É o único homem. Outras mulheres que vestem castanhos diversos. A quase adolescente meneia a cabeça ao som do mp3 que lhe entra no cérebro e disfarça, com um olhar negro e triste, o facto de estar naquele lugar de mulheres. Ela tem o problema, penso com melancolia.
A esta hora José come castanhas fumegantes, fuma ou talvez vaguei na loja dos museus, ali aos Restauradores. Quero sempre ficar sozinha, mas tenho um medo irracional de felino aprisionado.
Aqui, Avenida da Liberdade. Prédio velho, mas belo...quase familiar. Sem poesia. O corpo, agora nu, esmiuçado pela máquina digital. O corpo, frágil máquina em revisão.
Fico tonta. As salas são labirintos entre corredores estreitos e eu só sei de lugares abertos que não me aprisionem.
Agora vestido, o corpo é, outra vez, eu!
Desço as escadas, a luz atordoa-me. José está ali. Vamos! Quero ir.
O corpo frágil, ágil, vai.
Ana
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Diversidade
Como é diferente o gesto,
Quase bizarro, quase grotesco,
Nos dedos da tua mão intelectual!
Como te tornaste panfleto e manifesto
E procuraste um espírito conceptual
Onde sempre pões um sublime-picaresco!
Vulgarizaste a tua extravagância,
Chama-lhe, então, originalidade!
Os teus dedos, mentira de um tempo;
O teu perfume, artificial fragrância,
De uma vaidade de momento...
Gesto fútil da tua superior-mediocridade!
Intelectual:mentira verdadeira e ideal;
Sonho de ascendência neurótica e fugaz;
Dispersão obscura da lógica humana...
Essa tua análise, idiota e estrutural,
Do teu rumo de existência falaz,
Onde a rota é supérflua e insana.
Ana
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
hispano - árabes
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
O sagrado e o profano
Revelações
- EU JÁ...
- EU NUNCA...
- EU SEI...
- EU QUERO...
- EU SONHO...
Eis, então, as minhas:
- EU JÁ... vi a morte de frente.
- EU NUNCA... desisti do ser humano.
- EU SEI... que vale a pena viver.
- EU QUERO... a paz.
- EU SONHO... com um mundo melhor.
As regras são designar cinco blogs, que devem indicar de quem receberam o convite.
São eles ( e, hoje, são mesmo ELES):
terça-feira, 17 de novembro de 2009
sábado, 14 de novembro de 2009
A Esmo
Rei Cosroes, arte sassânica
Inquietas-te alma - criança,
tantas vezes te fiz lutar...
E farei! Pois farei!
Exigente...(e se o não fora?)
Se eu pudesse exigir;
se não temesse incomodar;
se conseguisse fazer despertar
essas serenidades abstractas;
essas beatitudes beatas!
Revolta? (não, não é isso!)
É o silêncio que incapacita,
que mortifica ...
e não deixa que saibais amar.
Conheceis-vos tão bem
- beatitudes hipócritas! -
que esqueceis o que enalteceis.
Injusta? (eis o que sou.)
Ana
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Sexta - feira, dia 13
O grão-mestre Jacques de Molay é capturado em Paris e será morto na fogueira em 18 de Março de 1314.
«Resumo destas últimas considerações:
Ter sempre na memória o mártir Jacques de Molay, grão-mestre dos Templários, e combater, sempre e em toda a parte, os seus três assassinos - a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania.»
.[in "Escritos Íntimos, Cartas e Páginas Autobiográfias", Europa-América, intr., org. e notas de António QuadrosTexto - * O texto acima reproduzido, "foi apresentado na integra ... na Exposição da Biblioteca Nacional de Lisboa, «Fernando Pessoa - O Último Ano», e "estava na posse do arquitecto Fernando Távora, que o recebera de Alfredo Guisado, amigo e companheiro de Pessoa no Orpheu"]
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
«A vila de onde se vêem os pássaros pelas costas»
XXVI FESTA DO CASTANHEIRO – FEIRA DA CASTANHA
14 E 15 DE NOVEMBRO DE 2009
Para mais informações contacte o Posto de Turismo de Marvão através do 245.90.91.31 ou do e-mail: turismo@cm-marvao.pt