Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Abraço mediterrânico

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O Mediterrâneo.


Ana

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Dependências

«Últimos momentos de Camões». Pintura de Columbano Bordalo Pinheiro.



Irás ao paço. Irás pedir que a tença
Seja paga na data combinada.
Este país te mata lentamente
País que tu chamaste e não responde
País que tu nomeias e não nasce.

Em tua perdição se conjuraram
Calúnias desamor inveja ardente
E sempre os inimigos sobejaram
A quem ousou ser mais que a outra gente.

E aqueles que invocaste não te viram
Porque estavam curvados e dobrados
Pela paciência cuja mão de cinza
Tinha apagado os olhos no seu rosto.

Irás ao paço irás pacientemente
Pois não te pedem canto mas paciência.

Este país te mata lentamente.
 






«Camões e a tença», Sophia de Mello Breyner Andresen








Hoje, fechada na sala de coadjuvantes de exame, li vezes sem conta este poema da minha poetisa de eleição. Às onze horas e com um calor abrasador, sob um céu de chumbo, tentei seguir os caminhantes no parque, mas o olhar insistente fixava o poema e descobria-lhe sentidos. A intemporalidade de Sophia não seria decerto para a urgência daqueles alunos. Portugueses adultos deveriam ser os receptores desta mensagem profunda e clara.
Olhando a finda - Este país te mata lentamente. - veio-me uma súbita vontade de fuga ... que em breve me levará, para ter vontade de retornar.



Ana

domingo, 24 de julho de 2011

Um Maio de ternura


Alentejo (Biorege)



Há os quilómetros entre nós e a carta que não chega;
Há um Maio de ternura que a distância não nega...
E o sorriso, qual bálsamo acariciando a manhã,
A força para gritar sobre o azul: «até amanhã!».


Herdade da Ordem (José Alves)


Deus, Deus existe neste pensamento tão leve,
Neste entardecer, tão quente e tão breve...
Apetece-me beijar a brisa morna, o suor da vida.
Caneta tão lenta, monótona, quase esquecida!


Avis (José Alves)


Que querias, tu, dizer à luz do sol - pôr?
Talvez gritar uma tristeza nascida da saudade,
Um Maio de ternura, uma flor à sociedade...
Isso talvez, mas também: «Amor, Amor, Meu Amor!».


Ana


Alter (José Alves)


sábado, 23 de julho de 2011

Aquecendo a alma


http://rosasolidao.blogspot.com/




Tenho trabalhado até à exaustão, mas os @migos suavizam os meus dias.
Obrigada!




sexta-feira, 22 de julho de 2011

Ao acaso...






Passaram dias de muito trabalho, só quebrados por sinais de algum @fecto. Fernando Santos (Chana) é um fotógrafo magnífico que gosto de visitar na blogosfera. Cada fotografia sua é uma tela plena de pormenores e de sensibilidade artística.
Convido-vos a conhecê-lo.


Obrigada, Fernando Santos!

Limbo


Gustav Vigeland in Frogner Park in Oslo.


Acordei do limbo em que tenho andado, devido a um excesso incomportável de trabalho e....encontrei assim o mundo.


«NORUEGA

Grupo de Colaboradores da Jihad Global reivindica atentado

por DN.ptHoje

O grupo terrorista Ansar al-Jihad al-Alami - Colaboradores da Jihad Global - emitiu um comunicado a reivindicar a responsabilidade pelo ataque hoje em oslo, na Noruega.
O anúncio foi feito por uma analista em terrorismo citado pelo jornal "New York Times", que fala na existência de uma mensagem deste grupo extremista.
A mensagem diz explicitamente que este ataque foi uma resposta à presença de forças norueguesas no Afeganistão e também uma retaliação pelas caricaturas de Maomé publicadas em vários jornais nórdicos. De acordo com a televisão norueguesa NRK, o grupo informa ainda que este atentado foi só um início.
O governo norueguês, entretanto, vai ter uma "reunião de crise" esta noite, na sequência dos atentados sangrentos de hoje, anunciou o primeiro-ministro, Jens Stoltenberg, em entrevista à televisão pública NRK. "Vários ministros vão-se reunir esta noite", declarou o primeiro-ministro norueguês, acrescentando que se vai reunir com os dirigentes dos principais partidos no sábado.»



OU ENTÃO:




sexta-feira, 22 de Julho de 2011 | 21:47
   

Oslo: Polícia liga ataques a movimentos locais anti-sistema


A Polícia norueguesa considera que os dois ataques de hoje em Oslo e num acampamento juvenil próximo não podem ser atribuídos ao terrorismo internacional, mas estarão relacionados com «movimentos locais anti-sistema».
De acordo com fontes policiais, o suposto agressor do acampamento, no qual morreram pelo menos nove pessoas, estava vinculado ao atentado à bomba registado no complexo governamental de Oslo, onde foram confirmadas sete vítimas fatais. p> A autoria do atentado ocorrido foi inicialmente reivindicada pelo grupo jihadista Ansar al Jihad al Alami, mas a própria organização islamita retratou-se depois num fórum na internet.
O tiroteio ocorreu no acampamento da juventude trabalhista na ilha de Utoya, a cerca de 20 quilómetros da capital, aonde se esperava que fosse o primeiro-ministro Jens Stoltenberg.
Nenhum membro do Governo ficou ferido no atentado de Oslo, disse o próprio Stoltenberg por telefone a partir de um lugar não revelado, por razões de segurança, após qualificar a situação de muito grave.





sábado, 16 de julho de 2011

Minha Fé

Wassily Kandinsky



Esperando a surdina suave
Que à alma a espera mitiga.
Olho com ciúme o voo da ave
E o ciúme a alma castiga...
Esperando o suave deleite
De ter-te e ver-te a meu lado.
Minha fé: mãe amamentando a seu leite;
Lavrador empunhando o seu arado!


Ana

terça-feira, 12 de julho de 2011

Alentejo


    
A luz que te ilumina,



Terra da cor dos olhos de quem olha!


A paz que se adivinha


Na tua solidão

Que nenhuma mesquinha
      Condição



Pode compreender e povoar!


O mistério da tua imensidão

Onde o tempo caminha

Sem chegar!...   
   
Miguel Torga, 1974, 
Antologia Poética




Fotografias: José Alves

terça-feira, 5 de julho de 2011

Comunhões a Sul



Por estes dias de muito calor, resta-nos trabalhar no recolhimento do sol, quase de forma meditativa. Tudo fica lasso: a realidade em volta, o futuro, a folha «excel» interminável... A comida é, agora, frugal para dias longuíssimos de águas sem fim e dias de mar. A presença quente da planície pobre, abandonada a safras antigas de lendas descobertas e de mistérios desvendados, enreda-nos em teias de súbita solidão.  Pássaros atordoados esvoaçam sem norte.
De noite vivemos. Procuramos o conforto da identidade. O vento suão tem troado, perturbado, confundido as ideias exactas. Até nós chegam vozes do Mediterrâneo, pátria ancestral e origem. Ouvimos. O anfiteatro ao ar livre voa para para outras geografias.

Ana

Marrocos, Andaluzia e Itália

Grande Sul