Mar da Galileia/Kineret |
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Rob Gonsalves, «Retrato da Comunidade» |
Maria João Fernandes
Às vezes passeio pela memória, escorrego no tempo interior, e tenho reencontros felizes. Olho, vagamente um quadro dependurado na minha frente. Está ali há tempos. A sua autora já habitou os meus dias como o quadro se instalou na minha parede ainda há mais tempo. Ah, o Tempo que não devora tudo! Desiludam-se os Antigos...eu prefiro Sophia de Mello Breyner,
Não se perdeu nenhuma coisa em mim.
Continuam as noites e os poentes
Que escorreram na casa e no jardim,
Continuam as vozes diferentes
Que intactas no meu ser estão suspensas.
Trago o terror e trago a claridade,
E através de todas as presenças
Caminho para a única unidade.
Maria João Fernandes foi minha professora de Literatura e eu, qual Saramago a ler Ricardo Reis (que ousadia), pensei durante algum tempo que Joana Lapa seria outra pessoa. Afinal, a minha mestra, mulher de muitos talentos - professora, crítica de arte, ensaísta, curadora, poetisa, humana de olhar claro e doce - escreve poemas por detrás de um pseudónimo. O mesmo que ali está na serigrafia de homenagem a Almada Negreiros: Joana Lapa. Conheci-a tão jovem. Acreditou tanto em mim. Ah, não sei se a não defraudei...
Aqui vos deixo um dos seus poemas: (daqui)
No litoral submerso do meu ser
a pena de uma gaivota
amante do verão
escreve os gestos da espuma.
O pássaro a que pertence
atravessou o sol,
as fronteiras do dia
para acordar no lilás das sombras
a ressurreição do mundo.
Cadernos do Vento
Temas &Debates
Vivemos tempos complexos. O meu, em particular, vai-se escoando a uma velocidade estonteante. Gosto da lentidão, já se sabe, do resfolegar morno e materno da planície...mas a vida insiste em contrariar-me. Só um vício continuo a alimentar: ler, ler e ler. Assim, por vezes, me tenho que retirar, nesse silêncio e distância.
Leitora de muitos ensaios, aqui vos deixo uma sugestão bem adequada aos tempos arenosos que pisamos. «Tudo é Economia», dizem-nos! Frase tão falsa, como perigosa. Sofisticada forma de nazismo, criadora de ilusões de «perfeição» e de «apuramento» de uma forma de ser e de estar.
Vender a felicidade, sob toda a forma de disfarces parece ser o último dos embustes.
SINOPSE
A indústria da felicidade, que movimenta milhões de euros, garante transformar os indivíduos em pessoas capazes de dominarem os seus sentimentos negativos, e de tirarem o melhor partido de si próprias por meio do controlo completo dos desejos improdutivos e dos pensamentos derrotistas.
Porém, não estaremos perante um
novo ardil que visa convencer-nos, uma vez mais, de que a riqueza e a pobreza,
o êxito e o falhanço, a saúde e a doença são única e exclusivamente da nossa
responsabilidade? E se o propósito da chamada «ciência da felicidade» for a
criação de um modelo social individualista que renega qualquer ideia de comunidade?
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Lapa dos Gaivões |
Arte fenícia ou dos cananeus - libanesa |
Helen Zughaib, pintora libanesa |
Obrigada pelo apoio e paciência. |
Alentejo, Rádio Campanário |
Foto: Radio Campanário - maio 2020 |
Médio Oriente - José Alves - 2019 |
Senhora dos Prazeres, foto da Câmara Municipal de Ponte de Sor |
Ascent of The Spirit, Vladimir Kush |
Falcão, 2020 |
Aldraba, 2020 |
Crescente ou fermento, 2020, cá de casa |
Pão alentejano, 2020, cá de casa |
Bolo de bacia tradicional, 2020, cá de casa |
Pão sem fermento, 2020, cá de casa |
Cabrito de leite,2020, cá de casa |
Nova Iorque, valas comuns, 2020 |
Atrás das barras_P & Ink, Vladimir Kush |
«Safo admirando Alceu», Lawrence Alma-Tadema |
María de los Remedios Alicia Rodriga Varo y Uranga N. 1908, Anglès (Gerona), España M.1963, Ciudad de México, México |
Remedios Varo |
Leonora Carrington N. 1917, Lancashire, Inglaterra M. 2011,Ciudad de México, México |
Leonora Carrington |
«A cidade inteira», Max Ernst |
Vladimir Kush |
Alto Alentejo, 2020 |
Alto Alentejo, 2020 |
Alto Alentejo, 2020 |
Alto Alentejo, 2020 |
Alto Alentejo, 2020 |
Teorias da conspiração |