Umberto Eco partiu e, na minha caminhada absorta, aquilo que
mais estranheza me causou foi o facto de ele já ter completado oitenta e quatro
anos - Tempus fugit. Quem fez o meu percurso, conhece-o
especialmente pela sua proposta teórica de 1976 a propósito da teoria do signo
e da Semiótica. A sua definição é fascinante, até hoje: estuda tudo
quanto possa ser usado para mentir.
Assoberbada pelo trabalho, ausente do blogue e da vida em geral, entregue aos
outros, mais frágeis e velhos, até à exaustão...aborrece-me esta comunicação
social leviana e fútil que parece não saber olhar e fala assim do mestre do
OLHAR! Reduzido ao romance O Nome da Rosa ou
encaminhado para o filme que se aproveitou do livro escrito, Eco parte da
imprensa portuguesa. Indigência daquilo em que nos tornámos.
Ninguém é obrigado a conhecer a obra do professor e ensaísta,
mas o jornalismo tem o dever de informar para lá da superfície. Suspeito que
alguns jornalistas nem leram o romance que citam...