Perdemo-nos pela Beira.
Paisagem fantasmagórica com escuros vales. Braços de árvores erguidos, velhos troncos de incêndios antigos. Memórias de Verão sem sossego.
Grifos erguem-se do passado e a memória de mitos esotéricos sobressalta - me...
A Beira inquieta-me.
Paisagem fantasmagórica com escuros vales. Braços de árvores erguidos, velhos troncos de incêndios antigos. Memórias de Verão sem sossego.
Grifos erguem-se do passado e a memória de mitos esotéricos sobressalta - me...
A Beira inquieta-me.
A voz do querido Professor Lindley Cintra ecoa, de longe, e traz-me a lenda do Rei Wamba, último dos visigodos que aqui reinou, no século talvez sétimo.
Godos, velhos habitantes peninsulares que nos transmitiram este catolicismo que se entranha, aqui, em cada pedra.
E, bruxas que não vemos, vagueiam pelos socalcos pedregosos caminhando para Espanha.
Godos, velhos habitantes peninsulares que nos transmitiram este catolicismo que se entranha, aqui, em cada pedra.
E, bruxas que não vemos, vagueiam pelos socalcos pedregosos caminhando para Espanha.
Até o Tejo se estreita o quanto pode, quase com Ródão a fechar-lhe as portas.
Os homens têm ares de velhos Viriatos - peito forte, cabelo farto, ar de guerreiros capazes de enfrentarem a última legião romana.
E, lá pelos lados da Serra da Gardunha, naves extraterrestres rasgam as noites mais escuras, sem que os homens se maravilhem.
Os homens têm ares de velhos Viriatos - peito forte, cabelo farto, ar de guerreiros capazes de enfrentarem a última legião romana.
E, lá pelos lados da Serra da Gardunha, naves extraterrestres rasgam as noites mais escuras, sem que os homens se maravilhem.
As nuvens caem baixas, como farófias gigantescas, e acontecerá decerto algum milagre.
A minha Fé, que já existiu e me perturba agora cada dia, como se fora caminho para o Inferno, aflora nestas rochas superficiais. Se me distrair...
Ao longe, gigantes eólicos quixotescos, rodam braços energéticos e apontam um futuro que não sabemos se seremos capazes de habitar.
Perdemo-nos pela Beira.