Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

sábado, 29 de julho de 2017

Leituras...




Espera-se um poema, mas o trabalho ainda aperta...o calor imenso do sul interior não traz o cheiro da maresia, mas o odor criminoso dos fogos que eclodiram na distância próxima. Nuvens negras de outras tempestades...
Leio a última obra de Eco. Recomenda-se. Lúcido na  análise, até aos dias do fim!
Que a lassidão deste calor não inflame narcisismos megalómanos.





domingo, 16 de julho de 2017

Pela torrina do sol

José Alves, Benavila 


Tórrido, o sol cai a pique. São dias longos de muito trabalho e, quando contas aquelas anedotas sobre alentejanos, queria ver-te aqui comigo. Atravessamos o parque e as tílias ensombram os passos apressados. Sempre a hora. Sempre à hora. As salas irrespiráveis albergam vintenas de meninos que tremem e sabem que aquelas folhas lhes pautam o futuro. 
Catorze horas. Exames e mais exames. Exames de mais. Catorze horas.
Pela torrina - vais dizer que esta palavra é só minha - caminhamos lado a lado. Tão verdinho que vieste do teu Minho e agora dizes-me que gostas deste calor. Catorze horas. Quarenta e três graus. Vamos segurando as garrafas de água. A escola espreita-nos. Ah o trabalho! O trabalho. Com ele esses sonhos futuros, dos nossos meninos, hão-de ser matéria concreta.
Logo,  quando a sombra se esticar, iremos por ali, cavaleiros de agora, percorrendo a planície ondulada -  nosso mar dourado, bafo materno e criador!


Ana

sábado, 1 de julho de 2017

Védico lugar...

templo,Paquistão (Turismo, Paquistão)

Caminho pelo deserto. Sei dos templos, dos fortes, do cheiro proibido desta terra extrema...Talvez o emir me permita a almejada visita ao forte. Esta não é a terra dos noticiários, da violência e da crueldade. Quem são os destruidores? Que Humanidade anterior nos trouxe a este lugar? 
Professores sabem que aqui estiveram as primeiras universidades do mundo, que uma civilização védica foi edificando um território interior indestrutível, ainda que mártir neste século de intolerantes e intoleráveis seres. 


Derawar, Paquistão (cidadeemrevista.com)



Caminho pelo deserto, mas sei das cidades e do eco da voz humana quando se esvai e finda. Não te avisei que sou, apenas, um ser humano e que nada mais quero ser? Sei de lugares idílicos que a ganância cobiça e destrói. Sei da luz funda e benigna do olhar humano, onde a eterna ternura habita. Sei do momento insano do ódio... e dos rios de gelo que separam os filhos do Homem!

(google)

Cada ser humano só espera um novo amanhecer.


Ana