Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

segunda-feira, 31 de maio de 2010

«Sê na vida aquilo que és, aconteça o que acontecer», Lou A. Salomé


Lou Andreas-Salomé, nascida Louise von Salomé
(São Petesburgo, 12 de fevereiro de 1861Gotinga, 5 de fevereiro de 1937)





No dia em que eu estiver no meu leito de morte

Faísca que se apagou -,

Acaricia ainda uma vez meus cabelos

Com tua mão bem-amada

Antes que devolvam à terra

O que deve voltar à terra,

Pousa sobre minha boca que amaste

Ainda um beijo.

Mas não esqueças: no esquife estrangeiro

Eu só repouso em aparência

Porque em ti minha vida se refugiou

E agora sou toda tua


Lou Andreas Salomé




recebeu o seguinte poema escrito por Rainer Maria Rilke:


Permaneço no escuro como um cego
Porque meus olhos não te encontram mais
A faina turva dos dias para mim
não é mais que uma cortina que te dissimula.
Olho-a, esperando que se erga
esta cortina atrás da qual há minha vida
a substância e a própria lei da minha vida
e, apesar disso, minha morte.
Tu me abraçavas, não por desrazão
mas como a mão do oleiro contra o barro
A mão que tem poder de criação.
Ela sonhava de algum modo modelar –
depois se cansou,
se afrouxou
deixou-me cair e me quebrei.
Eras para mim a mais maternal das mulheres,
eras um amigo como são os homens,
eras, a te olhar, mulher realmente,

mas também, muitas vezes, criança.
Eras o que conheci de mais terno
e mais duro com que tenho lutado.
Eras a altura que me abençoou –
te fizeste abismo e naufraguei.

"A vida humana, toda a vida humana é poesia" - Lou Andreas-Salomé



«Pelo menos 96 pessoas morreram na América Central, devido às enxurradas e aos deslizamentos de terra provocados pelas chuvas torrenciais da tempestade tropical “Agatha”, a primeira da temporada na região do Pacífico. »(RR . on-line)





«Israel atacou uma frota de ajuda humanitária que tinha Gaza como destino. Último balanço indica 19 mortos.» (JN.sapo.pt)

domingo, 16 de maio de 2010

Feira Medieval




CM de Avis/google

«De 14 a 16 de Maio, o Centro Histórico de Avis transforma-se num mercado medieval que leva os visitantes a experienciar os sons, as cores e os sabores do período áureo da Ordem de Avis.

Ao longo de três dias, centenas de figurantes trajados a rigor dão vida à recriação histórica das vivências da Idade Média, onde Nobreza e Povo se cruzam, criando um ambiente marcado por imponentes cortejos, por constantes momentos de música e dança da época, surpreendendo com as animações dos saltimbancos ou as demonstrações de bravura dos cavaleiros nos torneios e duelos, num espaço envolto na mística de tempos distantes.

As diversas barraquinhas espalhadas pelo recinto convidam a provar os sabores medievais e a conhecer o melhor dos produtos locais.

No programa da Feira, marcado por actividades constantes, destaca-se a recriação de alguns momentos da História de Portugal ligados à incontornável figura de D. João I e da Ordem de Avis, bem como a participação de diversos grupos internacionais que fazem deste evento um palco de cultura internacional. De destacar também a participação activa de associações, colectividades e produtores do Concelho que, em conjunto com as crianças e jovens das Ludotecas Municipais e do Agrupamento Vertical de Escolas de Avis, contribuem para o enriquecimento deste evento emblemático.

Pelo segundo ano consecutivo, a Feira Medieval de Avis integra o projecto European Routes from Order’s Patrimony and Heritage (EUROPH), desenvolvido em parceria pelo Município de Avis, o Centre de Conservation du Livre, de França, e a Comune de Pievepelago, de Itália, no âmbito do programa Cultura 2007 – 2013 da União Europeia. Evidencia-se, assim, a vertente cultural subjacente a este evento, através do qual se pretende contribuir para a valorização do Concelho de Avis, nomeadamente do património arquitectónico e cultural associados à Ordem Militar de S. Bento de Avis».

Site da CM de Avis



google


Lá fui, meus amigos, e não resisti a um chá magrebino com os tradicionais biscoitos de amêndoa.



CM

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Fé e Esperança

José Alves, Roma/09


O Vaticano é um ovo dentro da Cidade.
Quando chegámos, há mais de vinte anos, éramos meninos ainda. A Civitas tão bela, eterna, plácida para as nossas aventuras de jovens apaixonados...Leves, percorríamos as noites, que nos disseram ser perigosas, com Brigadas Vermelhas pelas esquinas. Eu inquietava-me, mas o teu abraço protegia-me de imperadores do mal e até daqueles que, nos bastidores - dizia-se - ,tinham planeado a morte do Papa que sorria. Lêramos tudo sobre o assunto, com paixão e procura, e riamos do número de liras que o postal de Albino Luciani custara. Ainda o temos.
De fé e esperanças se vestia o nosso futuro de recém casados. Os teus estudos clássicos liam-me cada pedra de Roma e o meu Latim recente e fresco, saído das caves da Clássica, ainda acompanhava os casos. Riamos alto e a nossa luz magnetizou velhas senhoras que nos que nos encheram de simpatia e de mimos.
Apaixonei-me por Roma, apaixonada por ti, eternamente.
Eternamente.




José Alves, Roma/09

A Praça tinha atiradores atrás das colunas. Tive medo. Entrámos e o fascínio, a maravilha, foram arquitectónicos. Revoltei-me. A Pietá impressionou-me no agónico da sua dor, na perfeição das suas formas. Marido, não quero uma religião agónica. O meu catolicismo fica aqui. Hoje!
Talvez por isso eu volte a Roma. Talvez, por isso, volte ... circularmente. Busca incessante do que aqui se foi esvaziando.

Hoje, o Papa já não ri, sorri mansamente, ancião e sábio de filosofias e lógicas que fui lendo sem entusiasmo. O Papa é culto e sabe que, ali, no belo cenário do nosso rectângulo, sob a luz clara, encostado ao cais das Descobertas, ocupa o espaço dos velhos Autos de Fé. O Papa, Bispo Inquisidor, preside ao ritual.
A turba aplaude.
Busca de Fé e de Esperança.
Eternamente.




José Alves, Roma/09


«O papa eleito será traído pelos seus eleitores,
Esta pessoa prudente será reduzida ao silêncio.
Eles o matarão porque ele era muito bondoso,
Atacados pelo medo, eles conduzirão sua morte à noite
Nostradamus, Centúrias, 10, Quadrante 12



Ioannes Paulus PP. I

Albino Luciani

26.VIII.1978
-
28.IX.1978


Ana

domingo, 9 de maio de 2010

TURBULÊNCIA

José Alves, Roma - Basílica de São Pedro

Voam águias sobre a planície.




O Bispo de Roma há-de chegar em breve.

José Alves

Generoso, o Criador entorna cor sobre a planície alentejana.








Turbulências na angular...