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Cá de casa - Ana, 2025 |
É esta a hora perfeita em que se cala
O confuso murmurar das gentes
E dentro de nós finalmente fala
A voz grave dos sonhos indolentes.
É esta a hora em que as rosas são as rosas
Que floriram nos jardins persas
Onde Saadi e Hafiz as viram e as amaram.
É esta a hora das vozes misteriosas
Que os meus desejos preferiram e chamaram.
É esta a hora das longas conversas
Das folhas com as folhas unicamente.
É esta a hora em que o tempo é abolido
E nem sequer conheço a minha face.
Sophia de Mello Breyner Andresen, Dia do Mar, 1947 (Poema com referência aos poetas sufis da Pérsia, Saʿdī e Ḥāfiẓ)
Os meus amigos, que por aqui andam há mais tempo, sabem que tive uma viagem planificada para o Irão/Iraque no Verão de 2020, tendo no ano de 2019 percorrido Israel, territórios disputados, Cisjordânia, com uma incursão nos montes Golã...
O projecto por cumprir ficou aqui: "Um chá na Pérsia"
https://raraavisinterris.blogspot.com/2020/01/um-cha-na-persia.html
Conservo esse sonho de um dia ir à velha Pérsia. Não visito países, corro atrás da História. Do resto, falaremos depois...
Num relance à mais banal das fontes, percebemos o que a, dita, conquista islâmica fez aos velhos textos persas...eles, sim, repositórios dos antigos preceitos, mitos e lendas sobre os quais construímos o nosso saber de europeus do Sul.
Pois...os persas não são árabes. |
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