Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

terça-feira, 29 de maio de 2012

Flores


Alentejo, Maio







Era preciso agradecer às flores 
Terem guardado em si, 
Límpida e pura, 
Aquela promessa antiga 
Duma manhã futura. 


                Sophia de Mello Breyner Andresen






terça-feira, 22 de maio de 2012

Obrigada, Xavier Narval! Obrigada, Ximena Luna!



Alfredo Rodriguez, pintor mexicano 


Os meus amigos são jovens, ainda deambulam na imortalidade da segunda década de vida, têm um ar doce e feliz. Habitam um país distante, imenso, quente e vivem numa megapolis. Os meus amigos têm um sorriso de quem sonha e é generoso. Hoje, fizeram-me chegar um espantoso livro que me traz ecos de arte, História e escrita da sua terra.




Parte de um projecto muito maior, que começou com os doze capítulos da série de televisão do mesmo nome, este livro reproduz nas suas páginas os textos originais, utilizados como roteiros para a série, realçados com imagens e fotografias que ilustram cada um dos capítulos. Reconta a história do país na época pré-hispânica, do México durante o período colonial até ao México contemporâneosob a pena de especialistas. Com uma fantástica abertura escrita pelo recém desaparecido escritor Carlos Fuentes, adentro-me e perco-me na leitura e no deleite das belíssimas ilustrações. Carlos Fuentes, também ele, alma democrática do México e lição de Humanidade que nos vai faltando... 

Por momentos saí do meu país cinzento e dos meus dias de exaustão pelo trabalho.

Obrigada pela viagem!

Ana



quinta-feira, 17 de maio de 2012

Ergue-te!



Fabrizio Clerici


Onde fechaste o silêncio,
paz e pedra no teu peito?
Por onde vagueaste
E vergaste a plêiade 
da ilusão?
Frequência insone,
de músicas antigas.
Por que te abrigas,
quieto, na inocência?
Ergue-te, que é a hora nona 
que assoma e consome!
Pária, meu irmão.


Ana



domingo, 13 de maio de 2012

Terribilitá

Michelangelo, «Sibila de Delfos»

«Quando tocam os sinos, ouvimos aquilo que já trazemos como modelo em nós mesmos».

                    Leonardo da Vinci



Mario Bettini, «O olho do cardeal Collona»



quarta-feira, 9 de maio de 2012

Sinais do Tempo

Caspar David Friedrich


Por estes dias hiberno no meu local de trabalho. São dias inteiros, são horas a fio. A estridência das cores: laranja dominante pelo pavimento, que escorre de um amarelo-gema gritante das paredes, desagua num cinzento descuidado, de obra a cimento nu, do espaço central. Neste local acontece expor-se trabalhos de toda a natureza. Agora, bem visível e organizada, uma mostra de trabalhos, tem por cenário umas árvores bem ao estilo de David Friedrich, ácido pintor alemão do século dezoito - dezanove.
Tudo seria natural se não se desse o estranho acaso de o meu olhar aí se ter estremunhado e de eu ter proferido o nome do pintor para um conjunto de olhares vazios que nunca ouvira falar dele. 
Talvez o meu alemão seja apenas uma dor de garganta, talvez o meu olhar se tenha esvaído da realidade destas cores ácidas, românticas ou simbólicas do paisagista, pois professo essa natureza de filha do Mediterrâneo e da sua luz intensa...talvez por isso eu tenha olhado assim e ousado pronunciar aquele nome. Mundos sombrios não são o meu abrigo.
Sinais do tempo.

Ana


Pormenor


quinta-feira, 3 de maio de 2012

Metáfora histórica

Porto, anos 40 - racionamento


Este é o tempo
Este é o tempo
Este é o tempo
Da selva mais obscura

Até o ar azul se tornou grades
E a luz do sol se tornou impura

Esta é a noite
Densa de chacais
Pesada de amargura

Este é o tempo em que os homens renunciam.



Sophia de Mello Breyner
in Mar Novo (1958)




1 de Maio de 2012

O perigoso caminho...


Flores para Leontien- Flowers for Leontien

José Alves



Sending Leontien flowers, HUGS and prayers from Portugal!

(Ela tem apenas 28 anos mas está a lutar contra um cancro.)