Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165
sexta-feira, 30 de abril de 2010
domingo, 25 de abril de 2010
Políticos desiludem, a poesia permanece...
Era um Abril de amigo Abril de trigo
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.
Era um Abril comigo Abril contigo
ainda só ardor e sem ardil
Abril sem adjectivo Abril de Abril.
Era um Abril na praça Abril de massas
era um Abril na rua Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.
Abril de vinho e sonho em nossas taças
era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.
Era um Abril viril Abril tão bravo
Abril de boca a abrir-se Abril palavra
esse Abril em que Abril se libertava.
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.
ainda só ardor e sem ardil
Abril sem adjectivo Abril de Abril.
era um Abril na rua Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.
era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.
Abril de boca a abrir-se Abril palavra
esse Abril em que Abril se libertava.
Era um Abril de clava Abril de cravo
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que Abril floriu nas armas.
Manuel Alegre, o poeta - que fique bem claro!
segunda-feira, 19 de abril de 2010
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Caos e Sofrimento
Jorge Guinle, Belo Caos
Invenções de Orfeu
Canto III
Poemas relativos
I
Caída a noite
o mar se esvai,
aquele monte
desaba e cai
silentemente.
Bronzes diluídos
já não são vozes,
seres na estrada
nem são fantasmas,
aves nos ramos
inexistentes;
tranças noturnas
mais que impalpáveis,
gatos nem gatos,
nem os pés no ar,
nem os silêncios.
O sono está.
E um homem dorme.
Jorge de Lima (poeta brasileiro)
midiacon.com.br
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Minho
Viajo, sem máquinas, numa linha que se estende de Ponte de Lima a Monção. Curvas sobre curvas feitas de dramas e de silêncios. Gente alegre tagarela sobre a Cruz e a Páscoa e flores que crescem no quintal. Couves esguias testemunham palavrões inofensivos de uma linguagem redundante. O vinho espuma sobre a toalha imaculada. Missas e padres e anedotas brejeiras vão diminuindo o pantagruélico pão-de-ló. Risos e lágrimas de histórias antigas. Diminutivos nos nomes e campos desenhados de verde uniforme, intenso e vibrante na garganta do vale. É o Alto Minho.
Ponte de Lima, orgulhosa de anais e História, enche-se de cruzeiros pascais de um roxo perturbador. Vaidades recentes sentam-se nas esplanadas e alinham-se em tribos de linhagens bem definidas. Um mar de carros invadiu o areal e brilha multicolor. Imigrantes e emigrantes, indistintamente, caminham pela margem do Lima e a velha ponte testemunha mais esta passagem.
Sinais de alguma ruína assomam aqui e ali a recordar outros idos em que palácios se venderam e inscreveram as naturais castas desta terra desigual.
Bebamos esse verde.
Ana
Bebamos esse verde.
Ana
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Enigma e libertação
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