Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Caos e Sofrimento


Jorge Guinle, Belo Caos

Invenções de Orfeu


Canto III


Poemas relativos



I


Caída a noite
o mar se esvai,
aquele monte
desaba e cai
silentemente.


Bronzes diluídos
já não são vozes,
seres na estrada
nem são fantasmas,
aves nos ramos
inexistentes;
tranças noturnas
mais que impalpáveis,
gatos nem gatos,
nem os pés no ar,
nem os silêncios.


O sono está.
E um homem dorme.


Jorge de Lima (poeta brasileiro)





midiacon.com.br



14 comentários:

Denise disse...

Lamantar,sofrer e aprender,as vezes é assim que se faz o caminho.

carinho e afagos

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida Ana
Lindo poema...adorei.
Deixo um beijinho e o meu carinho.

Sonhadora

Dalva Nascimento disse...

Aninha,

estamos mesmo assombrados por aqui com tanta chuva e caos. Aqui no Rio as chuvas diminuíram um pouco, mas os transtornos em nossa vida diária são imensos. As piores consequências foram em Niterói. A perda deles dói em cada um de nós... Rezemos por eles.

Gerana Damulakis disse...

Certa vez escrevi sobre Invenção de Orfeu, o poema é um enigma forçado, um acervo de erudição, um universo babélico mais para ser sentido do que entendido, um alucinado subjetivismo. Jorge de Lima não me encanta e não entendo a razão, ainda e haja vista o belo soneto "O Acendedor de Lampiões" e um ou outro mais.

Anónimo disse...

Já mandei vir o livro x:) Mas ainda não chegou! Beijinho

Luma Rosa disse...

Super bem escolhido o poema para ilustrar esse momento de tristezas imensas! :( Beijus,

Bípede Implume disse...

Querida Aninha
Como sempre a tua sensibilidade a nos guiar.
Bom fim de semana, amiga, e faça o favor de tratar bem desse resfriado. A minha Sandra também está assim. Parece que combinam.
Beijinhos.
Isabel

Gerana Damulakis disse...

Ana: o poema q vc escolheu foi muito bem pinçado. Meu lance é de implicância mesmo com Jorge de Lima; não se a razão, repito.
Mas foi bem pinçado para a ocasião.
valeu! Bjo.

Meg disse...

Ana,

Depois desta grande ausênci vim encontrar um poeta que desconhecia e que me encantou... também o Caos do Guinle... tudo novo para mim.
E a fotografia que nos remete para tanto sofrimento, Ana!

Obrigada por este post, minha amiga.

Beijinhos

nydia bonetti disse...

Há momentos assim, em que o sono é o único alento. Mal se abrem os olhos e outra vez caos e sofrimento... Gostei muito deste poema e do contexto, Ana. beijo, boa semana.

Anónimo disse...

A natureza tem regras.
Tolera mal certos avanços dos homens que, vítimas das suas contigências, se expõem a desafios «desequilibrados»

Constuir e viver num morro é um risco tremendo.
A tragédia que se abateu sobre aquela gente não tem maneira de ser dita, apenas lamentada.

Excelente edição, Ana.

Bjs

ADRIANO NUNES disse...

Ana,


Adoro Jorge de Lima! Belíssma escolha! Muito grato!


Abraço forte,
A. Nunes.

Fernando Campanella disse...

A noite tudo dilui, é quando as imagens me vestem....
Belo poema do Jorge de Lima.
Um abraço, Ana.

claudio rodrigues disse...

A invenção de Orfeu é meu livro de cabceira neste momento. Aliás, é meu guia. Levo-o a qualquer lugar para me deixar guiar nas naus criadas por Jorge de LIma. Essa obra sria o nosso Lusíadas.