Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165
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quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Sugestão de Leitura

 


 Tinha ouvido falar da autora, mas não lera nenhum livro dela. Foi com alguma surpresa que ouvi anunciar que este ano lhe fora atribuído o prémio Nobel da Literatura.
  Agora, regressada do Algarve, trago comigo o primeiro livro, oferecido pelo meu filho, que leio sofregamente, no aconchego do meu lar alentejano aonde já crepita o lume, ao serão. 
    É uma obra com profundidade e, sendo uma tradução, alguma subtileza da língua coreana por certo se perdeu, mas a linguagem, assim mesmo, é vibrante e intensa.
    
    A história de um professor de grego que vai perdendo a visão e de uma mulher que, sendo sua aluna, vai perdendo a voz. De grande densidade psicológica, num mundo cada vez mais superficial. Vale a pena ler.


domingo, 29 de outubro de 2023

Sugestão de leitura - Amos Oz

 



      Com uma melhoria significativa na minha visão do olho esquerdo, atiro-me à leitura. Dias de sangue e de chuva intensa, levam-me a Amos Oz - ainda não tivera ocasião de encontrar este seu livro.

"Se não houver aqui dois estados, e rapidamente, é muito possível que, para retardar a criação de um estado árabe do mar até ao Jordão, se erga aqui, temporariamente, uma ditadura de judeus fanáticos… de características raciais, que subjugará com mão de ferro quer os árabes quer os seus opositores judeus. Uma ditadura destas não terá uma vida longa." (...) 
As guerras continuarão  (...)"até à queda da Autoridade Palestiniana e à ascensão do Hamas ou de um factor mais radical e fanático do que o Hamas."(Amos OZ) 

    O autor morreu em 2018, mas poderia ter escrito hoje estas palavras. 
     
    
Amos Oz (1939-2018) é o escritor israelita mais conhecido e lido no mundo. Nascido em Jerusalém, viveu os últimos anos da sua vida em Telavive. Dedicou-se à militância a favor da paz entre palestinianos e israelitas, foi professor de literatura na Universidade BenGurion, no deserto do Neguev, e membro da Academia da Língua Hebraica. Os seus livros receberam as mais importantes distinções internacionais, incluindo o Prémio Femina (1988), o Prémio da Paz dos Livreiros Alemães (1992), o Prémio Israel de Literatura (1998), o Prémio Goethe (2005), o Prémio Grinzane Cavour (2007), o Prémio Príncipe das Astúrias (2007), o Prémio Franz Kafka (2013), o Prémio Pak Kyongni (Coreia, 2015) e o Prémio Bottari Lattes Grinzane (Itália, 2016). Judas, o seu último romance, foi galardoado com o Prémio Internacional de Literatura – Casa das Culturas do Mundo 2015 (Alemanha) . (WOOK)

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Sugestões de leitura

 



" Quis, na melhor tradição literária, deixar registo escrito desse momento em que tudo deixa de ter importância – o quotidiano, a conta bancária, as reuniões, o trabalho – e em que um homem, numa cama dos cuidados intensivos, se interroga sobre a sua existência e até sobre o sentido da vida." (Guerra e Paz, editora)



    "Este é um livro em que se arrisca a morte, em que se insinuam «segredos de Estado» ou as mais intrincadas conspirações internacionais e em que tudo se resolve com uma arma, a do diálogo e da diplomacia."(Guerra e Paz, editora)



Acabo de ler estes dois livros, curiosamente da mesma editora...talvez por os ter comprado juntos na última Feira do Livro de Lisboa. Nessa altura, já acometida pelo mal contra o qual luto, apeteceram-me obras/testemunhos não ficcionais para reforço interior. Prometi a mim própria que não deixaria o cérebro acomodar-se a não me construir as imagens mentais daquilo que mal observava. Assim foi.
Ainda com a realidade meio distorcida, quando encaro uma página repleta de palavras, vou clareando a visualização do Mundo exterior. Já não é mau...prossigamos!

Grata pela vossa atenção, meus @migos!

sábado, 15 de abril de 2023

O movimento "Woke" - sugestão de leitura

 



    "Vivemos tempos em que o pasmo se torna rotina. Tomamos o pequeno-almoço com notícias que, não há muito, eram consideradas inverosímeis, política-ficção do pior gosto, que teria arruinado a carreira do mais reputado argumentista.
Professores com processos disciplinares por ensinar que o sexo é determinado por um par de cromossomas, contas de Twitter suspensas por referirem que a relva é verde, violadores condenados que dizem ser mulheres para os transferirem para uma prisão feminina onde violam umas quantas reclusas, estátuas de São Junípero Serra derrubadas por justiceiros descendentes dos puritanos que massacraram os indígenas norte-americanos, mulheres desportistas que veem o seu lugar nas Olimpíadas ocupado por concorrentes com genitália masculina, filmes inocentes desqualificados como se fossem abominações horrendas (agora até o Dumbo é politicamente incorreto!), palavras de sempre que, de um dia para o outro, se transformam em termos proibidos que podem arruinar a nossa carreira ou mesmo a nossa vida… Palavras canceladas. Estátuas canceladas. Livros cancelados e, até, pessoas canceladas. Tudo deve ajustar-se aos moldes do politicamente correto. A pergunta é óbvia: enlouquecemos todos?" (sinopse)

    Vivemos tempos estranhos e não nos poderemos distrair ou, o risco de nos submetermos ao poderoso movimento "Woke" e deixarmos de possuir massa crítica, tomará conta das mentes que ainda ousam pensar.  Segundo o autor, estas pessoas julgam-se moralmente superiores. Se ousarmos discordar, seremos afastados, cancelados de todos os modos possíveis: nas redes, ditas, sociais; no trabalho; nos círculos; nas organizações de toda a ordem... assim, caminhamos   para o pensamento único, para a autoritária doxa de todos os totalitarismos.
    Vivemos num mundo com a argumentação em declínio. Até por os argumentos terem sido substituídos pela vitimização. Já não se procura a melhoria social, mas o proveito pessoal. Se não ousarmos discordar, regrediremos gravemente na História da Humanidade.
  Eliminam-se as palavras, alteram-se os sentidos e ... reescrever os velhos livros tornou-se uma nova ordem Censória! 
    
    Ao acabar a minha leitura, não posso deixar de pensar: professores de Literatura (como eu)...em breve serão cancelados! Tudo o que ensinei, até hoje, vai contra esta nova forma de estar no mundo. Todos os textos foram, de um modo ou de outro, politicamente incorrectos e transgressores...fugas irremediáveis à norma.

Ana

domingo, 27 de setembro de 2020

Sugestão de leitura

 

                                                                   Temas &Debates


Vivemos tempos complexos. O meu, em particular, vai-se escoando a uma velocidade estonteante. Gosto da lentidão, já se sabe, do resfolegar morno e materno da planície...mas a vida insiste em contrariar-me. Só um vício continuo a alimentar: ler, ler e ler. Assim, por vezes, me tenho que retirar, nesse silêncio e distância. 

Leitora de muitos ensaios, aqui vos deixo uma sugestão bem adequada aos tempos arenosos que pisamos. «Tudo é  Economia», dizem-nos! Frase tão falsa, como perigosa. Sofisticada forma de nazismo, criadora de ilusões de «perfeição» e de «apuramento» de uma forma de ser e de estar. 

Vender a felicidade, sob toda a forma de disfarces parece ser o último dos embustes.



SINOPSE

A indústria da felicidade, que movimenta milhões de euros, garante transformar os indivíduos em pessoas capazes de dominarem os seus sentimentos negativos, e de tirarem o melhor partido de si próprias por meio do controlo completo dos desejos improdutivos e dos pensamentos derrotistas.

Porém, não estaremos perante um novo ardil que visa convencer-nos, uma vez mais, de que a riqueza e a pobreza, o êxito e o falhanço, a saúde e a doença são única e exclusivamente da nossa responsabilidade? E se o propósito da chamada «ciência da felicidade» for a criação de um modelo social individualista que renega qualquer ideia de comunidade?


sábado, 20 de julho de 2019

Labirinto da Saudade - para todos os hedonistas actuais




Sugestão de leitura para todos os hedonistas actuais que recusam a idade que os viu nascer e não recolhem a imensa Sabedoria dos velhos.

Resultado de imagem para o labirinto da saudade




sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Sugestão de leitura





São os tempos que vivemos. Muito ruído e muita mentira. Muito medo e muita euforia. Como todos, este é o tempo que o rio me concedeu para navegar... 



O livro pouco volumoso de  Byung - Chul Han é a minha mais recente leitura. Muito do que somos, socialmente, reduz-se as estas páginas do filósofo.
«O cansaço  tem um grande coração.», diria Maurice Blanchot
Perto do fim, o autor alerta-nos:

O cansaço desarma. No olhar lento e moroso do homem cansado, a firmeza dá lugar à serenidade. pág. 56



Estranhos tempos vivemos. A actividade intensa dos nossos dias conduz-nos a uma atitude de indiferença indefesa e solitária. Há muito que sabíamos disto mas, vê-lo escrito e fundamentado, incomoda e desperta. 

Precisamos, com urgência, de voltarmos a ser firmes! E...menos cansados, apesar desta contractura que me aprisiona a perna, por causa do excesso dos dias cansados.




sábado, 29 de julho de 2017

Leituras...




Espera-se um poema, mas o trabalho ainda aperta...o calor imenso do sul interior não traz o cheiro da maresia, mas o odor criminoso dos fogos que eclodiram na distância próxima. Nuvens negras de outras tempestades...
Leio a última obra de Eco. Recomenda-se. Lúcido na  análise, até aos dias do fim!
Que a lassidão deste calor não inflame narcisismos megalómanos.