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Maria Teresa Horta |
Precisamos de vozes insubmissas, nestes dias em que o mundo se agita e ajusta, porém elas vão-se silenciando na voracidade do tempo.
De ascendência elitista, nobre e culta, soube sempre ler o seu tempo e ajustar as suas "desobediências" a cada momento histórico. Leio por aí, nas notícias, que:
"A BBC colocou a escritora portuguesa entre "as 100 mulheres mais influentes e inspiradoras de todo o mundo". (RTP)
Mãe
mãe
terminou o tempo
de sorrir
desculpa-me a morte
das plantas
tatuei a tua antiga
imagem loura
em todos os pulsos
que anjos inclinam de existires
perdi-me noite na planície
branca
sobrevivente das madrugadas
da memória
trocaram-me os dias
e as ruas de ancas
verticais
e nas minhas mãos incompletas
trouxe-te um naufrágio
de flores cansadas
e o único jardim de amor
que cultivei de navios ancorados ao espaço
Maria Teresa Horta, in Antologia Poética
Oxalá a sua partida, não atraiçoe a memória das mulheres vindouras.
Até sempre!
1 comentário:
Lindo poema y profundo . Me gusto conocer a a la autora, que pena que ya no esta. Te mando un beso
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