Tessaloniki |
Ontem arrefeceu, subitamente. O anfiteatro ficou quase vazio. Pergunto-me, intimamente, por onde andarão os meus conterrâneos. Por vezes, uma irrealidade assola esta localidade: todos imitam todos.
Gostaria de tecer fímbrias de adjectivos e de palavras inusitadas, mas a realidade impõe-se, atípica e sombria, nestes dias de Verão. Partiram todos de férias, viajam como se fora a última coisa que pudessem fazer...
Recordo tempos assim, «années folles» entre duas guerras, e percebo a construção destas realidades em fuga, em busca de mundos oníricos.
Os dias pesam como chumbo, as noites são longas e fantasmagóricas. Ouvem-se raposas que gritam do outro lado do rio e o lodo cresceu com os calores do Estio.
Aqui, uma voz da Macedónia grega ecoa e dialoga perene com a tradição turca. Gorkem Saoulis leva-me na fuga. Também eu, afinal, me escapo deste lugar abandonado.
Irmanemo-nos, meu irmão do Sul, que a harpa soa serena e o kanum taksim é o arfar dos destemidos!
Ana
7 comentários:
Essa terra cada vez mais deserta já tem pouco para nos oferecer...
Só vi o seu comentário agora. Sim, já estou de férias, mas continuo por Lisboa.
Consigo está tudo bem?
Beijinhos
Um dia seremos de novo crianças
nas águas do nosso rio
Só não vence quem não luta
Adorei a escrita...Assim dá gosto...
Beijo
Querida Aninha
Também vou de férias. Por uns dias e a uns escassos 42 quilómetros de Lisboa.
Vou para o sol, mar e ar limpo, principalmente isso.
Também dou férias ao computador.
Gosto sempre muito dos teus textos.
Até breve.
Beijinhos
Isabel
Faço meu esse teu apelo, amiga, que o Sul , o magnífico Sul, se una!
Bons sonhos, Aninhas
A luta pela verdade deve ter precedência sobre todas as outras.
~Albert Einstein
Cumprimentos
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