Margaret Tarrant |
Naquele tempo, pequenas fadas enchiam-lhe os pensamentos. O mundo era limpo e o outono guardava uma réstia do calor estival de uma doçura sem mácula. Os sonhos desenhavam o futuro.
Outubro chegava, assim, depois uma chuvada quente que aclarava a limpidez do ar. Tudo se aligeirava numa leveza etérea. Outubro era um recomeço. A feira, a escola, os frutos amadurecidos, o cheiro de pastos húmidos, o ranger dos pneus da bicicleta sobre a areia...
A avó tecera um pequeno jardim com perícia e ela tinha, ali, o paraíso perdido. Nele, ainda morava a ânsia de conhecimento e teias molhadas brilhavam na luz matinal. Labirintos incólumes...
Outubro chegava, promessa de futuro, no quadro negro riscado a giz.
Ana
13 comentários:
Olá, amiga Ana!
Deliciosa evocação do outono doutrora, em que o cotidiano e os sonhos desenhavam a paisagem do futuro.
Gostei de ler!!
Abraço,
Jorge
Nesse tempo a vida parecia simples... menos agitada... até, talvez, mais feliz... Parecia... parecia... e só nos fica a memória do que não nos era dado a conhecer, no silêncio sossegado de cada outono...
Naquele tempo era assim
Mas esse tempo já lá vai
Alegria e tristeza, haviam sim
Como a folha murcha
da árvore no chão cai!
Já se teriam perdido
Quantas coisas mais
No deserto, não no paraíso
Por causados temporais!
Muito lindo, adorei.
Boa noite e bom fim de semana,
para você amiga Ana Tapadas.
um beijo.
Eduardo.
Naquele tempo tudo era diferente.
Porque nós éramos diferentes...
Magnífico texto, adorei.
Ana, minha querida amiga, tem um bom domingo e uma boa semana.
Beijo.
Um texto magnífico que conta muito bem o que era a nossa infância e a entrada no Outono , na escola e os nossos sonhos para um futuro tão aparentemente longínquo.
Enorme abraço, amiga.
A escrita acompanha a sensibilidade que lhe está inerente!
Adorei e reli.
beijinho amigo
Era um tempo mágico, não era? :) Lindo!
Um beijo
Que saudades daqueles tempos!
mas atrás de tempo, tempo vem...
Beijinho
Engraçado que ainda hoje recordei, com saudade, os tempos em que a escola começava nos primeiros dias de outubro. Começava-se mais tarde, havia menos horas de aulas e, afinal, aprendia-se mais. Tanta coisa mudou. Para pior, diria eu que sou pessimista.
Querida Aninha
Eu digo sempre a mesma coisa, mas é assim mesmo. Adoro o Outono.
Também acho que tem uma doçura e limpidez sem mácula. Continuo a sentir essa emoção, apesar de tudo.
Adorei este texto.
Beijinho e boa semana
Isabel
Pena os estômagos vazios
uma nostalgia doce e cálida na vibração do outono.
belíssimo texto.
beijo
Um tempo em que sonhar era permitido.
Lindo e muito comovente amiga Ana, fez lembrar a menina que fui.
beijinho
Fê
Enviar um comentário