12.º D |
Falo-vos hoje da ternura. Esta é a profissão certa, mesmo se a mudança desordenada dela nos leva o rumo certo. Precisávamos da serenidade dos areópagos para cativar, aperfeiçoar e lapidar a pedra angular. Vivemos tempos de instabilidade e de confrontos entre o firme e o fluído.
O professor ajuíza e julga, é duro e inflexível nas suas decisões. O seu caminho segue a recta dinâmica da consciência. Isenta-se e distancia-se, pois assim deverá ser.
Falo-vos hoje da ternura, porque as pernas trémulas dos meus alunos se dirigiram para a sala de exame nacional. Partem sozinhos, mal sabendo andar, nos corredores que tão bem conhecem. Estou lá para os ver entrar, disfarçando o nervoso miudinho que me entrou no estômago. Quero que tenham sucesso. Se pudesse teria entrado para resolver, eu, o teste. Sempre fui assim, todos o sabem se me conhecem.
Como puderam, hoje, depois de pautas publicadas e assim trémulos, lembrar-se de mim, meus queridos alunos?
Talvez eu tenha chegado lá, a esse lugar silencioso, onde a humanidade nos une. Ouso pensá-lo e sinto-me feliz. Foi por momentos desses que há muitos anos, aos dezoito - na vossa precisa idade - me fiz professora. Primeira geração feminina que trabalha fora de casa, na minha família, foi bom sair para vos encontrar. Que o futuro vos abrace e acarinhe nestes tempos inóspitos.
Aqui vos instalo, onde tantas vezes a música acontece. Vocês são, hoje, a melodia que dialoga com a imortalidade e cura os poetas desse excesso de sensibilidade que se acomoda sob o olhar da exigência e do rigor. São árduos os dias, mas deixem-me falar-vos da ternura que, ainda, nos habita - velhos herdeiros da colina de Ares...
O professor ajuíza e julga, é duro e inflexível nas suas decisões. O seu caminho segue a recta dinâmica da consciência. Isenta-se e distancia-se, pois assim deverá ser.
Falo-vos hoje da ternura, porque as pernas trémulas dos meus alunos se dirigiram para a sala de exame nacional. Partem sozinhos, mal sabendo andar, nos corredores que tão bem conhecem. Estou lá para os ver entrar, disfarçando o nervoso miudinho que me entrou no estômago. Quero que tenham sucesso. Se pudesse teria entrado para resolver, eu, o teste. Sempre fui assim, todos o sabem se me conhecem.
Como puderam, hoje, depois de pautas publicadas e assim trémulos, lembrar-se de mim, meus queridos alunos?
Fui atleta, sim, e vocês descobriram |
Talvez eu tenha chegado lá, a esse lugar silencioso, onde a humanidade nos une. Ouso pensá-lo e sinto-me feliz. Foi por momentos desses que há muitos anos, aos dezoito - na vossa precisa idade - me fiz professora. Primeira geração feminina que trabalha fora de casa, na minha família, foi bom sair para vos encontrar. Que o futuro vos abrace e acarinhe nestes tempos inóspitos.
Cuidadosamente |
Não vos esquecerei. OBRIGADA! Ana |
Post scriptum: desculpem as fotos ao meu telemóvel.