Rapto de Europa, Fresco em Pompeia |
Razão, irmã do Amor e da Justiça,
Mais uma vez escuta a minha prece.
É a voz dum coração que te apetece,
Duma alma livre, só a ti submissa.
Por ti é que a poeira movediça
De astros e sóis e mundos permanece;
E é por ti que a virtude prevalece,
E a flor do heroísmo medra e viça.
Por ti, na arena trágica, as nações
Buscam a liberdade, entre os clarões;
E os que olham o futuro e cismam, mudos,
Por ti, podem sofrer e não se abatem,
Mãe de filhos robustos, que combatem
Tendo o teu nome escrito em seus escudos!
Antero de Quental
Desde menina que gosto de decorar poemas de Antero. Há na sua poesia, como na de Herculano, um tom elevado que me atrai profundamente, como se as palavras conservassem ainda o valor do Ideal.
No cinzentismo desde dia e destes tempos, só Antero me inspira ainda, mesmo se lendo notícias por aí as vejo ilustradas assim:
Hélas!
Ana