Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

terça-feira, 27 de maio de 2014

Fragmentos

Alex Andreev

Diz-me que o mundo ainda está inteiro, que Lazarilhos de Tormes não podem ser tecelões da ruína, que os ideais ainda aí estão intactos e plenos de memória. Diz-me que aprendemos na pedra viva do passado como construir o homem novo desenhado pelo génio. Não me fales da vaidade ufana e vazia. Eu não quero o vazio. Não me digas com Mircea Eliade que é do caos que se constrói o cosmos. Noutras eras conheci Pétain e sei de conivências que o silêncio alimenta. 
Diz-me que não estamos sozinhos.

Ana

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Eurocracias...

 (couves de Bruxelas)
imagens  google


domingo, 4 de maio de 2014

Contos


Hoje celebrou-se o dia da mãe e o meu filho, que bem me conhece, ofereceu-me este exemplar. Já li muitos dos contos que contém, mas o repositório de magia,  a frase curta e o humanismo que se desprendem da prosa de Gabriel Garcia  Marquez sempre me seduzirão. Gosto de contos sul-americanos. Ler será sempre uma das formas de preencher a minha angústia.
O conto que melhor se adequa ao dia de hoje, neste país de súbito Verão, quando se destemperam as quimeras e se encenam os títeres, é um escrito pelo autor em 1950 e a que deu o título de A Noite dos Alcaravões. Aqui deixo um excerto:

«- O que é que estão a fazer aqui? - perguntou.
E nós respondemos:
- Não sabemos. Os alcaravões tiraram-nos os olhos.
A voz disse que tinha ouvido falar disso. Que os jornais tinham dito que os três homens estavam a beber cerveja num pátio onde havia cinco ou seis alcaravões. Sete alcaravões. Um dos homens pôs-se a cantar como um dos alcaravões, imitando-os. [...] 
Disse que era o que os jornais tinham dito, mas que ninguém tinha acreditado.» (pág.437)

Alcaravão