| Suíça, 2021 |
Por aqueles dias, íamos ao alto da montanha, a pé deslizando num mundo tão organizado e diferente do nosso...poderíamos ser felizes, ali.
Um ar límpido, uma ruralidade a rodear a mais cosmopolita urbanidade de Zurique. Conversávamos, admirando as quintas, parávamos aqui e ali para comprar ovos, sumo de maçãs...conforme a época do ano e a disponibilidade.
Ao longe, a neve cobria as montanhas, mas a temperatura transalpina era tépida. Revigorados, descíamos à cidade e, as memórias de dias felizes alimentam-nos ainda os sonhos.
Dizíamos, "Se eles cá ficarem, talvez nos mudemos.".
Tudo tão alinhado, sem ser hirto, tão limpo sem assepsia exagerada. Tudo tão multicultural, na sua diversidade. Tudo tão regrado, no respeito pelos indivíduos.
E, nós, testados até ao excesso, sabíamos que outro teste nos esperava para podermos regressar à república que fala uma única Língua, que tem fronteiras tão velhinhas, História tão longa, clima tão cheio de Sol, debruçado sobre o mar...império caído das páginas do sangue escravo...estagnado no bolor da sua História.
Estamos de regresso ao país do Sol, ao Sul.
1 comentário:
Lindíssima prosa que me transportou a essa Suiça bela e ordenada, e vi um coração dividido entre dois mundos tão diversos.
Beijinhos e tudo de bom!
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