Fuente de la Cibeles, Madrid
Atravesso a praça.
Transeuntes incautos, novos párias, pisam o ouro de antigos e novos impérios. Sob os pés de Cibeles, a quem Sófocles tão bem chamou a «mãe de quase tudo», repousa o Tesouro público de Espanha.
A memória de Carlos III emerge dos confins do século XVIII e sabe bem que estas águas poderão inundar os cofres subterrâneos. Este é o centro. Lugar de uma convergência dos tempos.
Olho sem inocência. Sei bem o que piso. Estranho paradoxo: a meus pés o ouro impuro do império; à superfície a turba tagarela de espanhóis em crise.
Eu, sempre estrangeira, de novo nesta terra grande e dura, capital sem mar, fria e ferina.
AnaTranseuntes incautos, novos párias, pisam o ouro de antigos e novos impérios. Sob os pés de Cibeles, a quem Sófocles tão bem chamou a «mãe de quase tudo», repousa o Tesouro público de Espanha.
A memória de Carlos III emerge dos confins do século XVIII e sabe bem que estas águas poderão inundar os cofres subterrâneos. Este é o centro. Lugar de uma convergência dos tempos.
Olho sem inocência. Sei bem o que piso. Estranho paradoxo: a meus pés o ouro impuro do império; à superfície a turba tagarela de espanhóis em crise.
Eu, sempre estrangeira, de novo nesta terra grande e dura, capital sem mar, fria e ferina.
10 comentários:
Minha querida
Um texto que fala nas entrelinhas.
beijinho
Sonhadora
Querida Aninha,
Impossível sentir-se indiferente...
Bjs.
Tomei um susto, voltei ao passado, deu até saudades. Eu morei perto de Alcalá.
Bem pertinho a Porta de Alcalá da Fonte.da Cibeles....E de frente, o Banco de Espanha.
Tens razäo, Nos cofres, a pouca riqueza que possam guardar, e as aguas que correm do Canal de Isabel Segunda,mas pelas ruas, os homens e mulheres que säo e estäo aqui, em crise, como em todo o mundo.
Mas numa coisa eu näo posso te dar a razäo.
"Eu sempre estrangeira...." Näo , minha amiga, Madrid é o único lugar da Espanha donde näo há estrangeiros...ninguém é estrangeiro. Bem sei, agora que eu moro aqui.....
Aqui, ninguém pergnta -Você näo é daqui?"
Beijinhos, benvinda, amiga...
Ana, este seu texto sobre Madrid, desde o título, está um esplendor.
Diga-me: quando escreve assim sobre lugares, você faz um exercício de imaginação, irá em breve para lá, esteve lá e são memórias, ou...? Pergunto porque já vi vários ótimos textos seus sobre outras cidades, outros locais, e fico sempre querendo saber qual a sua inspiração primeira. É interesse e pergunta de fã.
¿Seguro que no estás ahi el martes a las 11 de la mañana? Es la hora que llego yo con el ave....
Ana
Carrego dentro de mim este sentimento do "ser estrangeiro". Tenho um poema que fala disso. Mas há lugares sim, que nos fazem sentir ainda mais "estrangeiros".
Belíssimo texto. Beijo.
Não era Barcelona??..
Não conheço Alcalá
Beijo
Viajera..cuando vengas a Barcelona, te invito a un chocolate caliente con nata en el carrer Petrixol del barrio gótico ..qué me dices?
Besos!
Por mais acolhedor que seja o outro pais que elegemos, sempre , em algum lugar, seremos estrangeiros.
e isso tal vez seja uma coisa tão sutil, que nem sequer dá para dizer em palavras.
*m abraço de outro estrangeiro.
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