Veio o sol e, serenamente, partimos.
Aquecidos e reconfortados mergulhámos no Alentejo verde. A paleta vai-se tingido aqui e acolá de mantos brancos e amarelos. Na terra dura e não lavrada, manchas de ervas vermelhas e rasas simulam campos tingidos pelo sangue secular de batalhas idas, nos milénios, nos séculos...
Vamos em círculo.
Mora...Brotas...Ciborro...Montemor-o Novo...Arraiolos....Vimieiro...Pavia....Avis...
Mora...Brotas...Ciborro...Montemor-o Novo...Arraiolos....Vimieiro...Pavia....Avis...
O neo-realismo de Namora já não junta o Trigo e o Joio.
Os castelos e os menires, circulares, recortam a paisagem iluminada.
CM de Arraiolos |
Velhos ao sol, gatos estendidos, rectas intermináveis...e, todavia, desenhamos um círculo no macadame-espelho que se reflecte em miragem. Cruzamos a História. Só sinais rugosos na paisagem nos dizem o que foi dito. Debalde se desbotaram as verdades e se atenuaram os mistérios.
Em Pavia as recordações gritam, ainda, sincretismos mal esfumados.
CM de Mora |
O rio Tera corre sereno e já não inspira a Paciência Constante*, de Manuel Quintano de Vasconcelos, na sua viagem até ao Raia, que depois se faz Sorraia, quando abraça o Sor, e juntos mergulham no Tejo até Lisboa numa viagem pastoril que se fez urbana, num século talvez dezassete e desaguou no Rossio em noites negras de Autos de Fé.
Ana
* novela pastoril do século XVII
http://www.leitura.gulbenkian.pt/boletim_cultural/files/HALP_30.pdf
9 comentários:
Minha querida
Gostei da tua viagem...senti saudades de ir e sentir os cheiros que estão cravados em mim.
Deixo o meu carinho e um beijinho
Sonhadora
Uma magnífica viagem por terras do Alentejo que tanto amo.
Passei lá os melhores anos da minha vida.
Fizeste-me ter saudades.
beijinhos
Não sou conhecedor profundo, do
'profundo' Alentejo...mas amo o clima,
as gentes...e Deus me perdoe...todos
os vinhos Alentejanos..
Beijo
Querida Aninha
De vez em quando faço esse percurso maravilhoso.
Também concordo que o nelhor do Alentejo é o seu povo.
Recordo uma fase da minha vida em que percorri muito o Alentejo, em trabalho e, foi inesquecível.
Beijinhos e boa semana.
Isabel
Acho esta edição magnífica pelas seguintes razões:
- Bem pensada e depuradíssima.
- Junta um autor e uma obra consagrados à elegância da simplicidade alentejana.
- Trata com cuidadosa ilustração monumentos da história do Alentejo.
Toca-me por ter uma costela alentejana e adorar passear pelo Alentejo desde Março até Junho; de Setembro a Novembro.
Não há no país uma ideia de limpeza e dignidade como aquela que se encontra em qualquer aldeia, vila, ou cidade: ruas sempre limpas, casas muioto brancas e cuidadas e os alentejanos irrepreensíveis no trato.
Eis o Alentejo que prezo.
Bjs, Ana
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Um viagem de côres de perfumes, de sabores, de quereres, de amores, de raízes que profundamente nos sustemtam à terra.-
Maravilloso.
Beijinhos, minha amiga.
Continuas as nos fazer sonhar com essas tuas “viagens”, momentos que nos fazes ver o que estamos a perder e o que pode ser visto neste imenso Portugal.
Grande beijinho
O pensamento, embasado na memória cultural, traçando paralelas e certas delicads nostalgias. Muito bonito o post, com teu diário e as fotos. Bjos, minha amiga.
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