Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Geografias



Julho - 1969, ilustração de Manuel Ribeiro de Pavia


Veio o sol e, serenamente, partimos.
Aquecidos e reconfortados mergulhámos no Alentejo verde. A paleta vai-se tingido aqui e acolá de mantos brancos e amarelos. Na terra dura e não lavrada, manchas de ervas vermelhas e rasas simulam campos tingidos pelo sangue secular de batalhas idas, nos milénios, nos séculos...
Vamos em círculo.
Mora...Brotas...Ciborro...Montemor-o Novo...Arraiolos....Vimieiro...Pavia....Avis...
O neo-realismo de Namora já não junta o Trigo e o Joio. 


http://www.leiloes.net/upload_tmp/2/img_95852572_1282505672_abig.jpg
google

Os castelos e os menires, circulares, recortam a paisagem iluminada.


http://www.cm-arraiolos.pt/NR/rdonlyres/A5467878-C049-4114-AFAB-426E0CC9CE11/23254/Imagem035.jpg
CM de Arraiolos

Velhos ao sol, gatos estendidos, rectas intermináveis...e, todavia, desenhamos um círculo no macadame-espelho que se reflecte em miragem. Cruzamos a História. Só sinais rugosos na paisagem nos dizem o que foi dito. Debalde se desbotaram as verdades e se atenuaram os mistérios. 
Em Pavia as recordações gritam, ainda, sincretismos mal esfumados. 



http://agenda.pt/UserFiles/anta_de_pavia.jpg
CM de Mora

O rio Tera corre sereno e já não inspira a Paciência Constante*, de Manuel Quintano de Vasconcelos, na sua viagem até ao Raia, que depois se faz Sorraia, quando abraça o Sor, e juntos mergulham no Tejo até Lisboa numa viagem pastoril que se fez urbana, num século talvez dezassete e desaguou no Rossio em noites negras de Autos de Fé.

 Ana

9 comentários:

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida

Gostei da tua viagem...senti saudades de ir e sentir os cheiros que estão cravados em mim.

Deixo o meu carinho e um beijinho
Sonhadora

Fê blue bird disse...

Uma magnífica viagem por terras do Alentejo que tanto amo.
Passei lá os melhores anos da minha vida.
Fizeste-me ter saudades.

beijinhos

Andradarte disse...

Não sou conhecedor profundo, do
'profundo' Alentejo...mas amo o clima,
as gentes...e Deus me perdoe...todos
os vinhos Alentejanos..
Beijo

Bípede Implume disse...

Querida Aninha
De vez em quando faço esse percurso maravilhoso.
Também concordo que o nelhor do Alentejo é o seu povo.
Recordo uma fase da minha vida em que percorri muito o Alentejo, em trabalho e, foi inesquecível.
Beijinhos e boa semana.
Isabel

Unknown disse...

Acho esta edição magnífica pelas seguintes razões:

- Bem pensada e depuradíssima.
- Junta um autor e uma obra consagrados à elegância da simplicidade alentejana.
- Trata com cuidadosa ilustração monumentos da história do Alentejo.

Toca-me por ter uma costela alentejana e adorar passear pelo Alentejo desde Março até Junho; de Setembro a Novembro.

Não há no país uma ideia de limpeza e dignidade como aquela que se encontra em qualquer aldeia, vila, ou cidade: ruas sempre limpas, casas muioto brancas e cuidadas e os alentejanos irrepreensíveis no trato.

Eis o Alentejo que prezo.

Bjs, Ana

Anónimo disse...

Needed to post you one bit of word just to thank you so much once again considering the remarkable things you've contributed in this article. It's quite shockingly generous with people like you to allow openly all numerous people might have advertised as an electronic book to make some cash for their own end, most notably since you might well have done it if you ever decided. Those concepts as well worked as the good way to be certain that other people online have similar fervor like my very own to learn way more with regard to this issue. I think there are numerous more enjoyable times ahead for people who start reading your site.

MARU disse...

Um viagem de côres de perfumes, de sabores, de quereres, de amores, de raízes que profundamente nos sustemtam à terra.-

Maravilloso.
Beijinhos, minha amiga.

João Santana Pinto disse...

Continuas as nos fazer sonhar com essas tuas “viagens”, momentos que nos fazes ver o que estamos a perder e o que pode ser visto neste imenso Portugal.
Grande beijinho

Fernando Campanella disse...

O pensamento, embasado na memória cultural, traçando paralelas e certas delicads nostalgias. Muito bonito o post, com teu diário e as fotos. Bjos, minha amiga.