Cesare Marchesini |
Lembro-me de dias, assim, semeados na distância. O paraíso instalava-se e o teu rosto claro reflectia um brilho novo. Viajávamos durante a noite, cruzávamos uma fronteira e outra e outra. O ruído vigilante dos aduaneiros, os papéis, os carimbos coleccionados num passaporte de capas negras.
À noite os corpos jovens e vigorosos descansavam sobre essas terras descobertas.
Calcorreávamos cidades desconhecidas, sorriamos a estranhos e confiávamos nos seres humanos em geral. O futuro estava à nossa frente como as imensas estradas do sul desta Europa perene de fragrâncias. Na Provença nos amávamos e na Toscana sonhávamos um retorno que já aconteceu outras vezes, pois é sempre como voltar a casa.
Lembro-me de dias, assim, perenes de uma luz que só a esperança sabe acalentar. E nós, que ainda aqui estamos e que lutámos por ser quem somos, não iremos desistir.
Ana
Cesare Marchesini |
6 comentários:
Belíssimo
Adorei!
Grandeeeee abraço, Aninha.
Um dia seremos de novo crianças
com boas memórias
Querida Aninha
Acho este texto absolutamente comovente.
Também guardo memórias desses passaportes. Claro é uma metáfora.
Estou na primeira linha para ir em busca dessa Primavera tão desejada.
Tem um excelente fim de semana.
Beijinhos
Isabel
somos os passos que alcançamos. e as emoções que colhemos...
muito belo. o texto
beijo
Dias cheios da frescura radiosa da juventude, dias que nos mostram que vale a pena lutar pelos nossos jovens.
Sim amiga não podemos desistir.
beijinho
Fê
Enviar um comentário