Florença - José Alves |
quando o poema
são restos do naufrágio
do espaço interior
numa furtiva luz
desesperada,
resvalando até
à superfície,
lisa, firme, compacta,
das coisas que todos
os dias agarramos,
quando
o poema as envolve
numa aura verbal
e se incorpora nelas,
ou são elas a impor-lhe
a sua metafísica
e o espaço exterior
que povoam de
temporalidades eriçadas,
luzes cruas, sons ínfimos, poeiras.
Vasco Graça Moura, in Antologia dos Sessenta Anos(Duas coisas me uniram a V. Graça Moura: o interesse pelo Renascimento e a profunda discordância na aplicação forçada de um AO que destrói a Língua e a sua evolução histórica. Que descanse em paz!)
3 comentários:
Vasco da Graça Moura,
Que descanse em paz
Grande poeta português
Tudo o que fez foi capaz
Com sabedoria e altivez.
Tenha uma boa noite,
amiga Ana Tapadas, um beijo.
Eduardo.
Falou-se de VGM lá na minha esplanada... faltou-me fazer o link ao que li aqui. Mas vou a tempo!
Que descanse em paz, sim. Vai fazer-nos falta mais esta voz da cultura.
Obrigada por partilhares o poema.
Um beijo.
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