Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

sexta-feira, 20 de março de 2015

«Como uma flor vermelha»

«Jardim de Giverny», Monet Vetor


À sua passagem a noite é vermelha,
E a vida que temos parece
Exausta, inútil, alheia.

Ninguém sabe onde vai nem donde vem,
Mas o eco dos seus passos
Enche o ar de caminhos e de espaços
E acorda as ruas mortas.

Então o mistério das coisas estremece
E o desconhecido cresce
Como uma flor vermelha.


Sophia de Mello Breyner Andresen,

Obra Poética I


                                     Que a Primavera vos seja suave, mas renovadora!

4 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Será
Ana
Como uma flor vermelha

Majo disse...

~
~ Escolhas que eu muito aprecio.

~ ~ Uma sábia homenagem à Poesia,
neste dia de tempos incertos.

~ ~ Grata pelos votos que retribuo.
Que seja uma Primavera calorosa.

~ ~ ~ Dias felizes. ~ ~ ~
~~~~~~~~~~~~~~

Edum@nes disse...

Que nos traga a primavera,
a alegria que não nos deram
o vento devolva quem pudera
todo o mal que nos fizeram!


Uma boa noite de sábado e um ótimo dia de domindo, desejo para você amiga Ana, um beijo,
Eduardo.

Edum@nes disse...

Ninguém sabe onde vai nem donde vem. Esta fez-me lembrar o Bocage.

Quando numa noite, nas ruas de Lisboa, foi surpreendido por transeunte que lhe apontou uma pistola, ao mesmo lhe pergunto. Bocage, de onde vens e para onde vais, sem gaguejar, respondeu, vendo do Café Nicola, irei para o outro mundo se tu disprares essa pistola!

Boa noite amiga Ana e bom descanso, um beijo e boas férias!