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Olho as mesmas paredes, róseas das eras e de luxos antigos. A Teresa já não está por ali, talvez pode as suas roseiras na casa solitária e bela que ergueu para a aposentação. Sem filhos, mulher dos livros raros, cordial e vinda de África, imagino-a de sorriso aberto e ar despachado, magra e de saquinho enfiado no braço - como só um certo tipo de donas consegue fazer - a olhar para este friso de não académicos, senhores de enfatuado vazio e esgares de conveniência.
Andei por ali nos anos noventa, peito cheio de esperança, mas visão clara da circunstância em que aquelas portas se me abriram. Sentia-me como no interior de um templo de rara imponência, habitado por criaturas vagas e sábias que se deixavam vislumbrar em salas que nunca pisei. Uma paz de crente que poderia ter sido, mas sempre os imperfeitos humanos me fizeram um apelo inegável. Dizer «não» pode ser um desígnio.
Olho, chocada, este friso de homens e de mulheres que, parece, irão governar o que resta do meu país...que fazem, neste lugar?
Lá atrás, a Teresa traz-me a tradução manuscrita do meu homem do século XVII e esgueiro-me no tempo.
Olho, chocada, este friso de homens e de mulheres que, parece, irão governar o que resta do meu país...que fazem, neste lugar?
Lá atrás, a Teresa traz-me a tradução manuscrita do meu homem do século XVII e esgueiro-me no tempo.
O templo foi profanado.
Ana
7 comentários:
"Todo o mundo é composto de mudança...", pois assim é.
Beijos.
A Biblioteca da Ajuda guarda verdadeiros tesouros que só alguns conhecem e sabem disso...
Questiono-me contigo, Ana. "Olho, chocada, este friso de homens e de mulheres que, parece, irão governar o que resta do meu país...que fazem, neste lugar?
Um beijo, amiga.
Minha querida, sinto o mesmo que tu.
Tudo quanto é qualidade está a desmoronar...
Abraço fraterno
nunca nada é como idealizamos...
bom fim de semana!
beijo
:(
シ Mudanças, queria que fossem para melhor!...
Bom fim de semana com tudo de bom!!!
Beijinhos.
✿˚° ·.
Dos homens sabemos, por demais, com o que não contar. Entre nós, oculta força de inimaginável alcance, nos insurgimos para inventar o que contar. É essa a dignidade.
Um beijinho, Ana :)
Amiga Ana, só na imaginação conseguimos nos esgueirar no tempo.
A realidade infelizmente é esta.
Um beijinho e bom fim de semana
Fê
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