Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

domingo, 24 de janeiro de 2010

Dia

Gustavo Poblete


De que céu caído,
oh insólito,
imóvel solitário na onda do tempo?
És a duração,
o tempo que amadurece
num instante enorme, diáfano:
flecha no ar,
branco embelezado
e espaço já sem memória de flecha.
Dia feito de tempo e de vazio:
desabitas-me, apagas
meu nome e o que sou,
enchendo-me de ti: luz, nada.

E flutuo, já sem mim, pura existência.


Octavio Paz, Liberdade sob Palavra
Tradução de Luis Pignatelli




Gustavo Poblete



Obrigada, Gerana, pois olhaste o meu tempo.



17 comentários:

Ianê Mello disse...

É, Ana, você também postou sobre o tempo, pelo que vejo.

Querida, queria convidá-la a participar deste blog interativo que criei " Diálogos Poéticos".

Lá tem mais sobre o tempo.

Vou te mandar o convite por e.mail.

Vá visitá-lo e veja se lhe agrada.

Grande beijo.

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida Ana
Lindissimo poema...inspiração linda.

Beijinhos com carinho
Sonhadora

Gerana Damulakis disse...

Não há razão para agradecer, Ana.

Quando eu morei em Madrid - e não senti muita afinidade; já contei, aliás, que precisava ir para Lisboa sempre para respirar - talvez a única coisa que tenha ficado dentro de mim seja a expressão: "Que desfrute!". Bela expressão, muito abrangente.

Sobre o tempo: "Que desfrute!"
Aproveite-o total e inteiramente.

http://saia-justa-georgia.blogspot.com/ disse...

Ana, parabéns entao pelos pés no chao e cabeca no ar, rs.

Uma linda semana te desejo

Abracos

MARU disse...

" Allá, donde terminan las fronteras, los caminos se borran. Donde empieza el silencio. Avanzo lentamente y pueblo la noche de estrellas, de palabras, de la respiración de un agua remota que me espera donde comienza el alba.
Invento la víspera, la noche, el día siguiente que se levanta en su lecho de piedra y recorre con ojos límpidos un mundo penosamente soñado. Sostengo al árbol, a la nube, a la roca, al mar, presentimiento de dicha, invenciones que desfallecen y vacilan frente a la luz que disgrega.
Y luego la sierra árida, el caserío de adobe, la minuciosa realidad de un charco y un pirú estólido, de unos niños idiotas que me apedrean, de un pueblo rencoroso que me señala. Invento el terror, la esperanza, el mediodía -- padre de los delirios solares, de las falacias espejeantes, de las mujeres que castran a sus amantes de una hora.
Invento la quemadura y el aullido, la masturbación en las letrinas, las visiones en el muladar, la prisión, el piojo y el chancro, la pelea por la sopa, la delación, los animales viscosos, los contactos innobles, los interrogatorios nocturnos, el examen de conciencia, el juez, la víctima, el testigo. Tú eres esos tres. ¿A quién apelar ahora y con qué argucias destruir al que te acusa? Inútiles los memoriales, los ayes y los alegatos. Inútil tocar a puertas condenadas. No hay puertas, hay espejos. Inútil cerrar los ojos o volver entre los hombres: esta lucidez ya no me abandona. Romperé los espejos, haré trizas mi imagen, que cada mañana rehace piadosamente mi cómplice, mi delator. La soledad de la conciencia y la conciencia de la soledad, el día a pan y agua, la noche sin agua. Sequía, campo arrasado por un sol sin párpados, ojo atroz, oh conciencia, presente puro donde pasado y porvenir arden sin fulgor ni esperanza. Todo desemboca en esta eternidad que no desemboca.
Allá, donde los caminos se borran, donde acaba el silencio, invento la desesperación, la mente que me concibe, la mano que me dibuja, el ojo que me descubre. Invento al amigo que me inventa, mi semejante; y a la mujer, mi contrario: torre que corono de banderas, muralla que escalan mis espumas, ciudad devastada que renace lentamente bajo la dominación de mis ojos.
Contra el silencio y el bullicio invento la Palabra, libertad que se inventa y me inventa cada día.

De t¡dejo a cambio de tu bello poema, este, del mismo autor.
Gracias.

Andradarte disse...

Gosto de fotografia....
A da criança é muito feliz.
Beijo

Meg disse...

Ana,

Curioso, em 24 horas leio três poemas e Octávio Paz, nos blogs.
Sem dúvida um grande poeta e um tanto esquecido.
Este poema é lindíssimo...
E flutuo, já sem mim, pura existência.

Beijo para ti

Nilson Barcelli disse...

Muita luz também cega, tal como as sombras mais escuras...
Escolheste um belíssimo poema.
Querida amiga, boa semana.
Beijos.

Dalva Nascimento disse...

Aninha, já dizia Mário Quintana, com toda a sabedoria:

"O tempo não pára!
Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo..."

Um beijinho! Boa semana, querida amiga.

Bípede Implume disse...

Querida Aninha
Os meus parabéns. A Gerana fez uma análise muito linda à tua poesia. à qual me associo inteiramente.
A Janaína tem razão. O mundo da blogos dá este cruzar de ligações que se tornam em amizade.
Boa semana.
Beijinhos.
Isabel

vieira calado disse...

Dois grandes:
O poeta e o tradutor!

Beijinho

Denise disse...

Eu que escolhi a energia da gratidão e da alegria para ter transmutada todas as outras,precisava vir aqui para agradecer.
toda energia de bem querer que me aquece e anima.

Foi um aniversário especial.
Na verdade tem sido.

e você fez ser melhor...BEM MELHOR.

minha gratidão e meu bem querer .

DENISE

em tempo:
Sua sensibilidade e seus olhos de "SENTIR" são traduzidos na escolha de imagens maravilhosas q acompanham suas palavras.

LINDO!

nydia bonetti disse...

Sempre o sentimento do tempo, a inspirar poetas... Lindíssimo este de Octavio Paz, Ana. Dia feito de tempo e vazio - Conheço tão bem estes dias... Beijo.

Luma Rosa disse...

As duas imagens já dizem muito, com o poema, então!

Nosso tempo são a soma de instantes diáfanos que não se pega com a mão, se pega com a alma. Esta involui para o passado para resgatar sonhos e manter viva a esperança!

Beijus,

Joaquim Neves disse...

Olá professora.
Se tiver curiosidade, aqui está o endereço do meu novo blog, que achei por bem lhe dar a conhecer.

http://sensus-incommune.blogspot.com/

Cristina disse...

Lindo poema e fotos
maravilhoso.
Beijinhos.

Laura disse...

Adoro a foto !