Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Também o deserto vem



Júlio Resende (1917 - 2011)












Também o deserto vem
do mar. Não sei em que navio,
mas foi desses lugares
que chegaram ao meu jardim
as palmeiras.
Com o sol das areias
em cada folha,
na coroa o sopro
ainda húmido das estrelas.


Eugénio de Andrade


(Assim vai acordando o país: cada dia mais pobre.)

6 comentários:

Andradarte disse...

Bonita homenagem a Júlio Resende..
Beijo

Rogério G.V. Pereira disse...

Segundo li num jornal Julio Resende quis pintar o cantos dos merlos. Excelente anseio de um pintor...

"Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer." (...) "é urgênte permanecer."

do nosso Eugénio

Mel de Carvalho disse...

Ana, não conhecia a frase de Resende (que acabei de lhe "roubar") e que, de algum modo, ilustra a forma como vejo o acto de escrita.

Concordo. Resende, Eugénio, e tantos outros, são e serão sempre, povoamento de mastros mais altos, luzes, faróis, além do deserto dos dias.

Obrigada Ana
Beijinho
Mel

Eva Gonçalves disse...

Uma grande perda do panorama artístico nacional e não só...Bela homenagem! Beijo e bom fim-de-semana

Fê blue bird disse...

Amiga:
Excelente esta homenagem um HOMEM e um ARTISTA insubstituível.
Que descanse em Paz!

beijinhos

Olinda Melo disse...

Acho que deixei um comentário a este post, há uns dois dias...Será?

Seguindo um pouco o que diz 'Rogério Pereira' dizia eu:'É urgente o amor´, lembrando-me também de Eugénio de Andrade.

Bjo

Olinda