José Alves, Fronteira, Alentejo |
Confesso, hoje, a minha tristeza e revolta.
Tristeza, pois faz hoje anos que a minha querida avó Ana partiu para sempre.
Revolta, porque sem orgulho vos revelo que levei quatro anos da minha vida a construir uma dissertação sobre André Rodrigues de Matos, académico, poeta e tradutor que me ensinou, de perto e com algum sofrimento o estro restaurador.
Poderia, pois, deixar aqui palavras bonitas sobre o tema, eivadas da afectividade que a data me evoca. Poderia, talvez, tentar um poema...
A avó partiu serena, enquanto dormia, aos 91 anos e é-me suave a sua recordação.
A revolta é o que me resta, neste 1.º de Dezembro em que, como povo, abdicamos oficialmente da memória. Não, não me incomodam os castelhanos...
Ana
9 comentários:
Querida Ana
É triste e incompreensível, realmente. A memória de um povo é o que o segura em momentos de desânimo.
As nossas avós são os esteios das nossas vidas, cheias de ternura e amor, e, quando partem, deixam-nos um grande vazio.
Beijinhos
Oinda
Minha querida
Infelizmente já não há quem se importe com a história do nosso povo.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Olá Ana,
A memória de vez em quando transporta-nos para momentos tristes do nosso passado dos que continuam a viver em nós.
Quanto aos famosos de quarenta, que lutaram com ardor [foi assim que aprendi na escola primária] serão por nós sempre relembrados.
Um abraço e um bom domingo,
J
A foto está linda.
Portugal está a perder tudo: a memória, a dignidade e o futuro...
Paz para tua avó e uma excelente semana para ti, minha miga
O que é bom não acaba....regressa
sempre.....verá.
Beijo
Amiga :
Compreendo tão bem o que te vai na alma.
Uma tristeza doce.
Uma revolta amarga.
beijinho solidário
OI ANA!
QUE BOM A MEMÓRIA DE TUA AVÓ SER TRANQUILA, EM TUAS RECORDAÇÕES.
CADA POVO TEM SUA MEMÓRIA QUE NOS FOI PASSADA POR PESSOAS QUE AS VIVERAM QUE NA MAIORIA DAS VEZES FOI ESCRITA COM SOFRIMENTO ABRINDO CAMINHO NA HISTÓRIA MUNDIAL, PARA FAZER PARTE DELA,DAÍ NOSSO ORGULHO E RESPEITO COM A NOSSA E COM A DE TODOS OS POVOS QUE COMPÕEM ESTE MUNDO.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Que belo texto! Cheio de sensibilidade e ternura. Com raiva!
Hei-de voltar.
Beijo.
Graça
Oi, Ana, senti sua saudade, lendo esse texto e outro que segue, e que você também fala em sua avó.
Senti sua dor, o quanto ela foi importante pra você, lia diversas coisas para sua netinha, e isso a gente não esquece, como os docinhos que elas faziam com muito amor para nos agradar. Você escreve de uma maneira que retrata muito bem as emoções. Mas essa é a vida que levamos, vida de ganhos e perdas, e essas são fortes. Muitas vezes fico cá pensando na vida, amiga, penso mais além, o que não é nada bom, mas depois levanto, sacudo a poeira e vou em frente...Nossa vida é feita de tristezas e alegria, a alegria temos de construir, pedra sobre pedra, tristeza vem aos trambolhões...
Beijinho, meu carinho daqui de tão longe.
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