Ángel Botello Barros |
Diz-me que a escola acabou e que a professora nos marcou muitos deveres de casa que eu, de empreitada, os farei num só dia para poder andar em correrias pela aldeia, sulcando ruas brancas de empedrado onde escorrego e caio. Dizem-me que hei-de partir os dentes, pois sou uma cabrita. Só não sabem que também corro pelos campos contíguos sorvendo a brisa adocicada do manto amarelo dos tremoceiros. Só não sabem que, num ímpeto, escorrego pelo viaduto e que como as flores doces dos marmeleiros. Só não sabem que correr assim pela planura me molda asas livres de menina e me esculpe o espírito.
Dizes-me que sou uma rapazona, mas como? Mas como, se o gato se anicha confiante no meu regaço, confiante na minha meiguice?
Diz-me que o tempo não passou e que todos estão ainda lá e que este aperto que sinto quando o dia declina é apenas a ânsia de correr livre pelos campos em redor...
Ana
21 comentários:
Digo-te, sim digo-te
Podes correr
mesmo que seja mais pesado
a cada novo amanhecer
O tempo passado
que passou
pode voltar a passar
basta teu querer
a cada novo amanhecer
Vencedora com vontade...
A empreitada com êxito vencer
Na correria da liberdade
Pelo campo a florida paisagem ver
Com alegria, esperança e felicidade!
Um abraço para você amiga Ana Tapadas.
Eduardo.
Aninhas, digo-te tudo quanto queiras porque o teu texto é doce , terno e me levou de volta à infância...
Fraterno abraço, minha linda
Um belo texto
de mulher doce
que não se verga
e nos faz voar em liberdade
à semelhança dos pássaros
Cheira a liberdade, este texto...
Gostei muito.
beijo amigo
Digo-te amiga, que ambas fomos meninas felizes num tempo que não volta mais.
beijinho
Fê
Como é bom ser criança e correr pelos campos, sem deveres que pensar.
Um retorno à infância?
Beijinhos
.
.
. há palavras que se aninham ternas e somos então regaço para as aconchegar .
.
.
. um beijo meu .
.
.
inteira e livre, por entre memórias cálidas!
e livre no voo - até derreter as asas no Sol.
beijo
Querida Aninha
Tudo tão bonito.
Tudo tão certo, tão límpido.
E cá vou atrás das minhas traquinices... também,com muito sol.
Beijinhos e bom fim de semana.
Isabel
Em Abril
que vivam os cravos vermelhos
Um belo texto, que mostra toda a liberdade de uma menina......
Obrigado pela sua visita
Beijo
Minha querida Ana
Enquanto te lia, senti-me a correr de cabelos soltos ao vento e com os cheiros da planície nos sentidos,
Um beijinho com carinho
Sonhadora
O tempo passou, Ana, mas mantém-se a "ânsia de correr livre pelos campos em redor". Ainda bem, digo eu.
Beijo :)
Se fecharmos os olhos, o tempo não passou...
O tempo é uma coisa tramada. Os fios entrelaçam-se e vemo-nos enredados nas recordações, na saudade, no desejo de um regresso ao passado, com laivos da antiga urdidura no presente...
Deixemos o espírito voar pelos campos contíguos...ou até onde os olhos alcançarem. Ou mesmo para lá do horizonte. :)
Adorei o teu texto, querida Ana.
Beijinhos
Olinda
Oh, como a travessura e ternura da infância nos faz bem!
:)
Beijinhos
E Boa Páscoa!
Oi, Ana!
A saudade sempre bate quando olhamos o caminho do tempo e percebemos como muito do que vivemos já se apagou. Prefiro não pensar em quem já partiu - se morreu ou simplesmente saiu da nossa vida, que de certa forma, também é uma espécie de morte.
Beijus,
Um texto muito belo. Podes sempre ter alma de criança e com ela a liberdade que convocas...
Um beijo e boa Páscoa.
Olá, Ana!
Deixei um pequeno presente no link abaixo! :)
http://instantaneospretobranco.blogspot.pt/2014/04/um-presente-recebido-presentes.html
Boa Páscoa!
Gostei muito deste teu recordar de tempos que já lá vão.
Fizeram-me lembrar os meus... onde também havia uma rapazola que brincava com os rapazes e até subia aos muros e árvores...
Ana, querida amiga, tem uma boa Páscoa.
Beijo.
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