Com mãos se faz a paz se faz a guerra
Com mãos tudo se faz e se desfaz
Com mãos se faz o poema ─ e são de terra.
Com mãos se faz a guerra ─ e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedra estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Manuel Alegre
O Canto e as Armas
Europa-América
1979
4 comentários:
O senhor alegre poeta,
tem talento para a poesia
desertou para a Argélia
contra seus camaradas combatia!
VIVA PORTUGAL, VIVA BOA GENTE. VIVA O 25 DE ABRIL, LIBERDADE SEMPRE.
Tenha uma boa noite, amiga Ana, um abraço,
Eduardo.
Na primeira vez que li este poema,
tomei a decisão de levar "A Praça da Canção" para a guerra
talvez em Agosto de 1969, ou um pouco antes
Boa tarde, ler Manuel Alegre é fantástico, sou um admirador do poeta e do seu carácter.
AG
Sim, as mãos, como nós, têm o poder de cosnsruir e de destruir, da Luz e da Sombra...
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