Temas &Debates
Vivemos tempos complexos. O meu, em particular, vai-se escoando a uma velocidade estonteante. Gosto da lentidão, já se sabe, do resfolegar morno e materno da planície...mas a vida insiste em contrariar-me. Só um vício continuo a alimentar: ler, ler e ler. Assim, por vezes, me tenho que retirar, nesse silêncio e distância.
Leitora de muitos ensaios, aqui vos deixo uma sugestão bem adequada aos tempos arenosos que pisamos. «Tudo é Economia», dizem-nos! Frase tão falsa, como perigosa. Sofisticada forma de nazismo, criadora de ilusões de «perfeição» e de «apuramento» de uma forma de ser e de estar.
Vender a felicidade, sob toda a forma de disfarces parece ser o último dos embustes.
SINOPSE
A indústria da felicidade, que movimenta milhões de euros, garante transformar os indivíduos em pessoas capazes de dominarem os seus sentimentos negativos, e de tirarem o melhor partido de si próprias por meio do controlo completo dos desejos improdutivos e dos pensamentos derrotistas.
Porém, não estaremos perante um
novo ardil que visa convencer-nos, uma vez mais, de que a riqueza e a pobreza,
o êxito e o falhanço, a saúde e a doença são única e exclusivamente da nossa
responsabilidade? E se o propósito da chamada «ciência da felicidade» for a
criação de um modelo social individualista que renega qualquer ideia de comunidade?