Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Quando a sua existência pertence ao futuro

 

Médio Oriente, 2019

Já andei por muitos lugares e não procurei neles o verniz retocado das agências de viagens. Assumo o gosto pela geografia que se banha no Mediterrânio. Talvez só esse seja o traço comum da minha busca de uma identidade feita de misturas e de incógnitas.
Vem isto a despropósito dos ataques sucessivos que este blogue tem sofrido, em longos comentários que me incitam também a longas bibliografias, feitos em nome de movimentos, ditos, pós-humanistas. O meu perfil de blogger assumido como humanista poderá ser o desafio...
Estes movimentos não são novos - configuram novos fascismos -  e uma qualquer página wikipédia serve de alerta aos meus amigos que passem pelo mesmo. 

Médio Oriente, 2019

A tecnologia e a inteligência artificial devem ter as dimensões do olhar humano, pois este as criou, ainda que nem sempre com a melhor das intenções - motivo supremo para eu continuar humanista e acreditar que os valores humanos, esses, é que não se poderão perder! A verdadeira revolução acontece na construção do homem, na sua dignidade, verdade, fraternidade e sentido de justiça.

Médio Oriente, 2019

Quando observava este cemitério destruído pela guerra, num território que três ou quatro povos reclamam como seu e com os montes Golã no horizonte, vi que o único túmulo preservado guardava um apelido português - «Dr. Martins». E, na distância, para lá das colinas, a Síria banhava-se (banha-se ainda) no sangue dos homens...


Médio Oriente, 2019

Quando, na manhã seguinte, observei melhor vi o túmulo do sábio cuja estátua enfeita, também, a cidade espanhola de Córdova (onde nasceu) - Maiomonides, sábio do Al Andaluz. 
E, antes que sionistas e antissemitas resolvam plasmar aqui os seus ódios e crenças, sempre vos digo que me senti bem: sim, o humanismo é essa universal força dos valores e da sabedoria humana que nos irmana, fraternalmente!
O Homem é, ainda, a esperança do Homem!

Ana


sábado, 17 de julho de 2021

Velhos lugares

 

Alto Minho, Julho - 2021

Outra vez o Minho. Velhos lugares de um verde húmido e de um calor transpirado. Situações insolúveis mergulhadas numa beleza que nos distrai da realidade circundante. Daqui, partiram os jovens. Aqui permanecem alguns, todavia. Intemporais personagens de Agustina Bessa Luís...moldadas nas páginas de A Sibila.


Alto Minho, Julho - 2021


Talvez Zé do Telhado percorra estes caminhos, abrigado pelo manto da noite. Talvez mulheres solitárias lhe facultem a entrada e o abriguem. Partirá aos alvores da madrugada, como uma sombra que passa... Talvez Quina habite a velha casa de sobrado, agora, reconstruída!



Alto Minho, Julho - 2021

E, sendo tudo tão ilusório, amanhã o vento será nortada e o frio assolará o dia, gélido e granítico. Vacilarão ou gritarão os rumores da folhagem estival e os homens, acossados e medrosos, reinventarão reinícios que soam a desnortes...

Ana