Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Frágil

 

Pólis, Agora de Atenas - José Alves


        Sentada na Agora, sinto esse silêncio de quem volta ao lugar de onde partiu um dia. Perto, o mundo entrou num turbilhão desmesurado. Aqui, o bosque me abriga e a voz dos filósofos ainda ecoa. Aqui, tudo se decidia e se escreviam as leis a cumprir.
    O Planeta, enlouquecido, enfurece-se contra a fragilidade dos humanos. Os humanos, enraivecidos, continuam as matanças. O caos impera e a religião usurpou o lugar do conhecimento, para justificar o paradigma que criou com a política.
    Estou sentada na Agora e aqui é o coração da Pólis. Sinto-me amparada, regressei a casa - aqui! 
     



Agora de Atenas - José Alves



Ana Tapadas, in Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea, Vol. XVI.

14 comentários:

chica disse...

Sentar assim e refletir...Tanto a pensar e repensar! Linda foto! beijos, chica

Rogério G.V. Pereira disse...

Estar em casa
é um sentimento
tal como um pássaro
sente em seu ninho

teu soneto
é de uma fragilidade suspeita
a mim, parece-me mar
a mim, parece-me pedra
talvez aquela que se estende na calçada
desafiando à caminhada

Beijo

Fá menor disse...

Belíssimos poemas, amiga Ana! O primeiro retrata uma realidade que nos fere a alma.
Estar em casa, sentir-se em casa é uma sensação de bem-estar confortante.
Beijinhos e tudo de muito bom!

J.P. Alexander disse...

Profundo poema y profunda reflexión. La humanidad va camino a su destrucción. Te mando un beso.

Tais Luso de Carvalho disse...

Olá, Ana, lembro, quando jovem, estudando os Conflitos entre Gregos e Persas e tantos outros; as terríveis Guerras, um terror aquilo, como podiam ser tão desumanos, tão bárbaros! Hoje vejo o mesmo terror e não tenho nada a dizer do que... a humanidade não evoluiu, a coisa piorou porque as armas são outras! E assistimos todo o terror pela televisão. Que loucura é a humanidade.
Belíssimo poema, Ana.
Vou procurar a crônica de tua avó!
Se eu não encontrar, te aviso.
Beijo, amiga, obrigada pela tua visita sempre querida.

São disse...

Onde posso adquirir o livro ?

Minha querida, ainda bem que tens um lugar onde te sentes regressada .

Como sempre, um belo poema e um excelente texto.

Te abraço com amizade.

Bom fim de semana :)

CÉU disse...

Estar na Ágora deve ser uma sensação única e que reproduziste muito bem.
Agora já nada é assim, porque o mundo está frágil. Gostei de te ler e de ver as fotografias. Beijinhos, Ana!

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Boa tarde ana
Um texto muito interessante.
Estar em Agora e sentir-se em casa deve ser emocionante.
Adorei ler.
Bom domingo com saúde.
:)

Graça Pires disse...

Estar na Ágora e sentir-se em casa. As palavras têm o pode enorme de nos desafiar a olhar o mundo a partir dos outros levando-nos a novos espaços desconhecidos. É assim que me sinto a seu lado, minha Amiga Ana.
Uma boa semana.
Um beijo.

Jaime Portela disse...

Desde que as cigarras não façam o seu canto ensurdecedor, o local é perfeito para meditar no que mudou desde os tempos em que as leis eram discutidas num ambiente democrático.
Gostei do texto e do soneto, que é sublime.
Boa semana amiga Ana.
Um beijo.

Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá, amiga Ana, gostei muito desta sua excelente postagem,
as belas imagens, o texto inicial, e seu belo poema, lembranças
da infância que aquecem a vida por onde andamos.
Parabéns, poeta!
Um beijo.

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida amiga Ana!
Rever nossas origens é muito salutar.
Bonito amor ao que somos por termos sido formados num lugar primoroso.
"Sinto-me amparada, regressei a casa - aqui! "
Tenha dias abençoados!
Beijinhos

Alécio Souza disse...

Querida Ana,
Estar num lugar de paz onde nos faça refletir e relaxar desse mundo tão hostil que vivemos hoje é sempre reconfortante. Adorei o seu texto, o poema e as fotos!
Um beijo!

Isa Sá disse...

É sempre bom regressar a casa! Boa semana!
Isabel Sá
Brilhos da Moda