«Industrial Worker», 1911 |
«Mas a realidade é esta: não temos um projecto de país. Vivemos ao deus-dará, conforme o lado de que o vento sopra. As pessoas já não pensam só no dia-a-dia, pensam no minuto a minuto. Estamos endividados até às orelhas e fazemos uma falsa vida de prosperidade. Aparência, aparência, aparência - e nada por trás. Onde estão as ideias? Onde está uma ideia de futuro para Portugal? Como vamos viver quando se acabarem os dinheiros da Europa? Os governos todos navegam à vista da costa e parece que ninguém quer pensar nisto, ninguém ousa ir mais além.»
José SARAMAGO, in "Entrevista" à revista Visão, 2003
10 comentários:
Saramago não era economista, mas para ver determinadas coisas só necessitamos de bom senso.
Bons sonhos, Aninnhas
Penso que abandonei as minhas Homilias quando elas mais falta faziam... A lucidez de Saramago é impressionante...
Pois. Até temos a nossa sorte à vista!
Quanta verdade disse o Saramago há 9 anos.
Não terá sido por acaso que ele escreveu um ensaio sobre a lucidez...
Ana, , tem uma boa semana.
Beijinhos.
Não te preocupes meu amigo...beijo grande
Que pena...não conseguir ler Saramago..
Beijo
Agora é como dantes, quartel general em Abrantes. O povo, ao fim e ao cabo, é que tem que aguentar e contribuir [de contrbuições] para sustentar essa malta toda.
Abraço,
J
Ana,
Saramago, o adivinho, bem avisou!
Ninguém lhe deu ouvidos!
E aí está: o buraco em que se encontra o país ultrapassou as piores previsões!
Ao fim de oito séculos de existência, deparamo-nos com uma situação inédita: as rédeas do poder na mão dos 'mercados' homens sem rosto!
Muito grato pelas oportunas e certeiras palavras: ajudam-nos a reflectir.
Grande abraço
"O que chamamos democracia começa a assemelhar-se tristemente ao pano solene que cobre a urna onde já está apodrecendo o cadáver. Reinventemos, pois, a democracia antes que seja demasiado tarde."
José Saramago
Cumprimentos
Querida Aninha
Nessa altura, em pleno cavaquismo, quem é que iria dar ênfase a essa opinião?
Estamos a viver momentos de tendência feudal.Dias muito sombrios.
Beijinhos e muito estoicismo, amiga.
Isabel
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