Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

quarta-feira, 10 de julho de 2024

Despertemos!

 




    As alegrias são breves - como no soberbo título de Vergílio Ferreira -  e sobre isso não nos restam dúvidas.
Assim foi, feliz de ter torneado o meu problema ocular mais uma vez, eis-me atacada pela minha primeira infecção por covid19. Irónico, não é?
    Numa das idas à capital (que em bom rigor, dizem-me, ainda é Coimbra), lá percorri a Feira do Livro de Lisboa e me actualizei de mais umas novidades. Entre elas, este admirável livro ou manifesto do centenário Edgar Morin que, há dias, completou 103 anos e continua senhor de uma lucidez e de uma capacidade de síntese mental extraordinárias.
    Uma obra que prova bem como a linguagem da esperança nunca se deverá perder. Uma obra que desdiz esta sociedade fútil submetida ao deus da Economia e do individualismo na qual o preconceito designado por "idadismo" se tornou omnipresente - Tanto no trabalho, como nas relações sociais.
    Certo que tenho a mesma ascendência étnica, certo que penso como ele até sobre esse facto:


""Os judeus de Israel, descendentes das vítimas de um apartheid denominado ghetto, guetificam os palestinianos. Os judeus que foram humilhados, desprezados, perseguidos, humilham, desprezam e perseguem os palestinianos. Os judeus, que foram vítimas de uma ordem impiedosa, impõem a sua ordem impiedosa aos palestinianos. Os judeus, vítimas da desumanidade, mostram uma terrível desumanidade." (WIKI)

    Admiro-o na lição de sabedoria que esta obra contém, pois é difícil manter a esperança no mundo que habitamos. Despertemos! do sonambulismo geral em que parecemos viver, enquanto o mundo se transforma.
    



13 comentários:

chica disse...

Essa sociedade que faz reinar o DEUS da ECONOMIA, esquecendo valores;;;Triste ! Muito sábias as palavras desse senhos de 103 anos!]

beijos, chica

Roselia Bezerra disse...

Boa noite de Paz, querida amiga Ana!
"A linguagem da esperança nunca se deverá perder. "
Perfeito!
Sem esperança, pode-se morrer em vida.
A covid esta aí nos rondando.
Aqui no Brasil, a Herpes e a Pneumonia também...
Tenha dias abençoados!
Beijinhos

Elvira Carvalho disse...

Infelizmente para mim não conheço o autor. Dificilmente podemos ter esperança num mundo que se vai degradando rapidamente devido à estupidez daquele que se denomina o Homo Sapiens, o único ser que mata por prazer e por ambição.
Abraço e saúde

❦ Cléia Fialho ❦ disse...

Edgar Morin reflete uma profunda inquietação sobre o estado atual do mundo e a crise que afeta tanto a política quanto a capacidade intelectual da esquerda. Em um contexto de ascensão da extrema direita e crescente polarização, Morin propõe uma reflexão crítica e um chamado à ação para recuperar a humanidade e a convivialidade em nossas vidas.
Morin convoca para um despertar da consciência coletiva, uma tomada de consciência sobre a gravidade da situação e a necessidade de navegar pela incerteza. Em um cenário de turbulência política e social, ele enfatiza a urgência de se preparar para o inesperado e de adotar uma abordagem que vá além da visão imediatista e superficial.
A mensagem de Edgar Morin é uma convocação para um pensamento mais profundo e uma ação mais consciente. Ele nos desafia a confrontar a ignorância que permeia nosso entendimento da política e da sociedade e a reconhecer a necessidade de uma abordagem mais integrada e reflexiva para enfrentar os desafios contemporâneos. Em meio a uma crise de convivialidade e uma ascensão do extremismo, seu manifesto apela para um retorno à humanidade e ao pensamento crítico, buscando despertar uma nova consciência e uma resposta mais eficaz às incertezas do nosso tempo.

Ser humano admirável.
Pra ti por esta excelênte citação 👏👏👏👏👏
Beijinhos

Olinda Melo disse...


Querida Ana

Desejo que fiques bem depressa.
A Covid está aí de novo, tomando
novas formas.
Muito obrigada por me dares a
conhecer este autor e pela citação
que fazes. Vivemos num mundo terrível.
A esperança deve acompanhar-nos
sempre. E temos de estar atentos.
Beijinhos
Olinda

J.P. Alexander disse...

Gracias por la reseña. Tomó nota debemos cambiar o seguiremos repitiendo los errores del pasado. Te mando un beso.

Rajani Rehana disse...

Great blog

Rajani Rehana disse...

Great blog

Fá menor disse...

Realmente , é preciso mesmo despertar, pois, como bem dizes, o mundo parece que anda padecendo de sonambulismo. Que a esperança nunca nos falhe, e quem a apregoa nunca se cale. Que também não doa a voz a quem tenta abrir os olhos à sociedade.

A imunidade anda muito baixa nas pessoas, por isso não admira que andemos sempre doentes, de uma coisa ou de outra.

Beijinhos, amiga Ana! Boas melhoras!

São disse...

Fico muito contente, minha amiga, por teres fintado o teu problema ocular. Pena , a aparição do Covid....

Gosto muito de Edgar Morin e, pelo que percebi, este livro é a sua mais recente obra e já com o genocídio dos palestinianos pelos judeus a decorrer.

Vou ler, porque subscrevo o excerto que tão bem optaste por partilhar. Incompreensível e imperdoável o que está acontecendo na Palestina com a vergonhosa cumplicidade do dito Ocidente, que tanto fala em direitos humanos e valores.

Quanto ao idadismo, enfim.... quem o pratica também lhe sofrerá as consequências!


Querida Aninhas, beijinho e excelente fim de semana.


Jaime Portela disse...

Não li este livro, mas vai para a minha lista.
Obrigado pela sugestão.
Quanto aos judeus e palestinianos, russos e ucranianos, etc., etc., já nada me admira. Desde sempre que o Homo Sapiens se tem entretido em lutas intermináveis em nome de qualquer coisa que esteja à mão, seja Deus ou uma terra que cobiçam.
Boa semana minha amiga.
Espero que esse covid seja levezinho e passageiro.
Beijos.

Graça Pires disse...

Há muitos anos que leio Edgar Morin, sempre com gosto. Não li este, mas já tomei nota.
As suas melhoras.
Uma boa semana.
Um beijo.

Majo Dutra disse...

Tão interessante! Agradeço
Estive estes dias sem computador...
Beijinhos
~~~~~