Ana
Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165
quarta-feira, 22 de maio de 2013
domingo, 19 de maio de 2013
Trovoadas do Sul...
| Flor da Rosa, Crato, José Alves-2013 | 
Eu, professora, me confesso e podeis culpar-me da tristeza fria desta Primavera. A sanha dos governantes bem pode investir contra o muro secreto dos meus sonhos enquanto o teu olhar contiver os lampejos do futuro. Outros me antecederam na escrava tarefa do pedagogo. 
| Flor da Rosa, Crato, José Alves-2013 | 
Eu, professora, me confesso de todos os Domingos de árduas tarefas e das noites longas de trabalho sem repouso. Podeis culpar-me de todos os fracassos e dos longos silêncios dos cobardes. Hei-de deitar-me exausta, mas acordarei com um sorriso, porque o meu labor é urdir a esperança.
| Alto Alentejo, José Alves-2013 | 
Eu, professora, me confesso na sanha destes dias sem futuro. Podeis igualar-vos na malícia ambiciosa do poder, mas o vosso espírito viajará eterno para um lugar impuro. Para a malévola morada dos corruptos onde as cores do Verão se hão-de instalar numa qualquer curva da História que, hoje, esqueceis.
| Flor da Rosa, Crato, José Alves-2013 | 
| Flor da Rosa, Crato, José Alves-2013 | 
Eu, professora, me confesso deste céu carregado de trovoadas do sul e do ribombar de todas as culpas dos homens fracassados. Podeis acusar-me da exigência que pratico e da distância que instalo entre os abutres que se aprazem na chacina e os homens que sonham o Futuro.
                                                                                      Ana
quinta-feira, 9 de maio de 2013
Para além do fim
| Alto Alentejo, 2013 - José Alves | 
Entrou sozinho pela noite dentro. No peito levava a amargura de uma vida construída golpe a golpe na crueza desta selva humana.
| Alto Alentejo, 2013 - José Alves | 
Caminhou lenta e tristemente por entre o piar de um mocho distante e chamou Creonte...
| Alto Alentejo, 2013 - José Alves | 
Lá ao longe, um regato desenhava-se majestoso e dolente... estendeu então os braços ao alto, gritou a raiva que sempre o dominou e despediu a alma já gasta e podre.
| Alto Alentejo, 2013 - José Alves | 
E a barca chegou e levou-o. Na sua frente o inferno da vida esperava-o.
| Alto Alentejo, 2013 - José Alves | 
Com os braços abertos, entrou sozinho pela luz dentro...
                                                                                         José Alves
segunda-feira, 6 de maio de 2013
A tirania...
| Alto Alentejo, 2013 - José Alves | 
Espaço sereno da minha memória que não roubarás jamais. Daqui não podes mandar-me a outros lugares, pois este é o meu mundo. Conheço a doçura dos aromas e o acre das estevas viçosas sob este inquieto sol de Maio.
| Alto Alentejo, 2013 - José Alves | 
Há riquezas que não roubarás, sonhos que não podes destruir...por mais que faças, as nuvens rumam num futuro incerto. Não fales da desesperança se nada conheces dos ecos destes lugares.
| Alto Alentejo, 2013 - José Alves | 
Exausta, caminho ainda e o meu sangue regenera-se. Anteu reforça-me em cada passo e, tu, imberbe fulano, que te julgas poderoso na ruína que somos, por esta hora vadia, talvez escolhas uma inexacta cor para tingires o cabelo...
| Alto Alentejo, 2013 - José Alves | 
Descansa. Eu caminharei por aqui e já por estes campos perdi o peso dos meus dias...assim, não serei a gordura do teu «Estado».
                                                                                    Ana                                                                
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