Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

domingo, 27 de junho de 2021

Junho

 

Alto Alentejo, Junho 2021



Caminho e ouço o som dos meus próprios passos sobre a areia solta e quente. Terra ancestral, desde quando por aqui caminham humanos como eu? O calor chegou, sem que eu me tenha apercebido, respiração ofegante do Sul! 

Os dias correm. O tempo foge. Preciso deste caminhar penoso sob um Sol inclemente que avermelha a minha pele excessivamente clara para ser este o meu lugar de origem - porém, assim é.

Quero apanhar este ritmo sereno que escorre dos dias longuíssimos de luz sem pudor.


Ana


16 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Conheço, reconheço
Esse caminho
Essa pedra, essa poeira
Esse calor, essa canseira
O tempo a fugir
e o reluzir
da intensa luz

É o Alentejo
em que me revejo

Maria João Brito de Sousa disse...

LINDÍSSMO POEMA, ANA!

QUE CONTINUE SEMPRE AO "ritmo sereno que escorre dos dias longuíssimos de luz sem pudor."

UM BEIJO

Graça Pires disse...

"Quero apanhar este ritmo sereno que escorre dos dias longuíssimos de luz sem pudor". Conheço esse teu Alentejo. Sei do que falas. O texto é muito belo, Ana.
Continua a cuidar-te bem.
Uma boa semana.
Um beijo.

J.P. Alexander disse...

Bello poema celebra el verano y el buen tiempo

Mariazita disse...

Este pequeno texto transmite uma calma enorme.
Ouve-se o silêncio dos passos no calor da areia solta. É o Alentejo puro.
Gostei!

Votos de uma feliz Terça Feira.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

Fá menor disse...

Belíssimo!
Há que caminhar sempre, no chão que nos anima.

Beijinhos e bom fim-de-semana!

A.S. disse...

O ritmo sereno dos dias longuissimos, o silêncio dos passos...
O Alentejo é um poema escrito sob o sol dos caminhos e o sensual movimento das searas tocadas pela brisa. Conheço bem esse Alentejo! É único!

Um bom fim de semana.
Um abraço!

Teresa Almeida disse...

O Alentejo é desregrado, sem pudor. E o calor estende-se por lonjuras de cansaços. Já o senti na minha pele morena-estival.

Belíssimo texto!

Beijos, querida Ana.

São disse...

Viva o Alentejo, sempre!!

Te abraço com carinho e envio beijinhos à tua menina :)


Feliz domingo !

Fê blue bird disse...

Querida Ana,

Os dias passam, o verão chega, a vida (es)corre e já não damos por isso.
Até quando este torpor ?

"Quero apanhar este ritmo sereno que escorre dos dias longuíssimos de luz sem pudor."
Se o conseguires fazer, diz-me o segredo !
Fica bem minha amiga.

Um beijinho

Janita disse...

No Alentejo o tempo corre devagar, Ana.

Um beijinho e tudo de bom.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Palavras serenas a acompanhar o tempo.
Que assim seja!
Boa semana com muita saúde.
Beijinhos
:)

Elvira Carvalho disse...

Um belíssimo texto.
Abraço e saúde

Jaime Portela disse...

Mesmo no Minho, sem calor nem respirações ofegantes, o meu ritmo também é sereno. Há muitos anos que descobri que o frenesim não leva a lado nenhum.
Continuação de boa semana, querida amiga Ana.
Beijo.

Ulisses de Carvalho disse...

a imagem é bonita e teu texto é mais bonito ainda, Ana! muitas vezes eu também me pergunto, quando caminho por certos lugares (especialmente os que mais gosto de admirar), sobre os outros tantos seres humanos que já passaram muito antes de mim por esses lugares. um beijo!

Rajani Rehana disse...

Beautiful blog