Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A paz sem vencedor e sem vencidos

Monica Stewart



Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça.
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor paz que vos pedimos

A paz sem vencedor e sem vencidos

Sophia de Mello Breyner Andresen

7 comentários:

Dalva Nascimento disse...

Oi, querida!

Hoje estamos em sintonia! Acabei de ler um trecho de um personagem querido e saudoso de cenas cariocas que dizia algo muito parecido com esta poesia de Sophia.Ele tentava ensinar o caminho de encontrar essa paz tão almejada por nós, e ao mesmo tempo tão distante...

"Seja qual for sua condição de vida, pense em si e nos seus, mas torne-se incapaz de fechar-se no círculo estreito de sua pequena família. Adote de vez a família humana... Que nenhum problema de nenhum povo lhe seja indiferente. Vibre com as alegrias e esperanças de qualquer grupo humano. Adote como seus os sofrimentos e humilhações de seus irmãos de humanidade."
Dom Helder Camara

Um beijo grande em ti!

ADRIANO NUNES disse...

Ana,


Belíssimo! Adorei! Dai-nos paz que tanto precisamos, mesmo que aos pouquinhos!


Grande abraço,
Adriano Nunes.

Bípede Implume disse...

Querida Aninnha
Que belo poema-oração. Bem que precisamos de paz, justiça e muito bom senso.
Lisboa bem precisava de se livrar do menino-guerreiro.
Amiga um bom fim de semana, sem gripes e um tempo sereno para descansares.Beijinhos.
Isabel

Luma Rosa disse...

É por isto que a Sophia é grande. Ela vai ao cerne das grandes perplexidades humanas. Não é uma mera cantora de paisagens marinhas e de claridades gregas, como grande parte dos leitores imagina. "A paz sem vencedor e sem vencidos" é tudo o que não é possível neste mundo. Só é possível em poesia, arte da coincidência dos opostos, ou no "vosso reino", certamente o reino celeste ou o de uma profunda espiritualidade. Se não pensemos: "The winner is"...Tudo no mundo está preparado para a competição. Só uma profunda "des-personalização" - daí as filosofias orientais combaterem o "ego" - franqueará essa paz cósmica, essa igualdade sem hierarquias. Bom fim de semana! Beijus,

Cristina disse...

Bom fim de semana, Ana.
Tenho uma grande, grande saudade do Portugal...
Beijinhos.

claudio rodrigues disse...

Belo texto. Sem vencedor e sem vencidos. A paz esperada deve ser uma paz inquieta, jamais submissa! abraços.

Denise disse...

Na paz não ha EGOS ,portanto não ha vaidades.é apenas e tão somente amor.

tão maravilhoso vir aqui
tem minha gratidão e meu carinho