Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

terça-feira, 26 de março de 2013

Marejar

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Tomba esta chuva fina que tudo encharca. Estrangeiros na nossa terra subvertemos o tempo adiado. Os homens bons partiram e foram morrer algures. Outros ficámos, permanecemos para fitarmos uma realidade especular. Todos os dias me chegam os ecos de mais um sonho desfeito, de mais uma tirania sem nome. 
Eu tenho de mister a esperança. Pesa-me, todavia, o que se espera do meu olhar. Dói-me a injustiça do inominável. Aprendi no silêncio longínquo da planície que todos os humanos têm o timbre puro da sinceridade. 
Quero as vozes de um plural livre e justo. Não ouse esta chuva marejar o teu olhar!

Ana

6 comentários:

Mar Arável disse...

Tem dias que me doi tudo

mas resisto a todos os olhares

mesmo que chovam belos relâmpagos

JP disse...

Os sonhos estão a ser destruidos, sim.... mas os tiranos têm nome Ana.

Beijinho

Gerana disse...

Ana: tenha uma Páscoa plena de paz. Um beijo enorme para vc e os seus.

Rogério G.V. Pereira disse...

Não ousará, e a chuva não tem culpa...

São disse...

Amiga minha, neste momento caem trombas de água nos corações que anseiam por justiça!

Um abraço grande com votos de que a Páscoa sej ade renovação e (te) traga muitas e doces surpresas.

Maria Lucas disse...

Espetacular. Tuas palavras são de uma clareza que ofusca. Voltarei