Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Não-Estado? Mais de 20 000 humanos! Ah...o planeta Terra!

 


Sempre acompanhado por guia, Erik Futtrup visitou sozinho alguns sítios arqueológicos da Líbia

    O planeta parece estar a enlouquecer e os humanos a perderem a noção da sua humanidade. Nunca fui particularmente pessimista, mas como acreditar neste enviesamento amostral que nos vai fechando em bolhas noticiosas e vontades de hedonismos vários a que o tempo convida?

    Para onde estará a ser remetida a memória histórica? O nosso compromisso colectivo? O nosso testemunho (se mais velhos) perante as novas gerações? Como poderemos acusá-los de fúteis ou de egoístas?

    Correm notícias sobre Marrocos, trágicas notícias.

    Por onde anda o rei desse imenso e vizinho país?


"A vida de luxo do rei Mohammed VI em França

O monarca marroquino passa grande parte do tempo em França, dividido entre a mansão em Paris, a cerca de 700 metros da Torre Eiffel, ou num castelo na comuna de Betz, a 72 quilómetros de Paris.

A mansão em Paris, do lado esquerdo do Sena, foi construída em 1912, tem dez quartos, uma piscina, um salão de jogos, spa, salão de cabeleireiro, uma sala de conferências, um jardim de 3.300 m² e um vasto terraço com vista da capital francesa, descreve o
'The Times'." (Flash)


    Correm notícias sobre a Líbia, trágicas notícias. Não tantas, por sinal...

    Passaram os romanos, os gregos, os otomanos, os italianos, explorou-se o petróleo, os ditadores, as "primaveras", encheram-se as praças...intervenções militares e abandonos, as tantas guerras fratricidas...as, pelo menos, quatro facções que dizem governar um não Estado!


Situação militar atual:
Sob o controle do governo baseado em Tobruque e Aliados
Sob o controle do Novo Congresso Geral Nacional e Aliados
Sob o controle de forças locais
Sob o controle de forças tuaregues (fonte: WIKI)


TSF, on-line


   A Humanidade que se perde e se transaciona para o Ocidente nas tantas rotas das migrações que sempre ocorrem quando a instabilidade se instala e o perigo ou a fome espreitam.
    A Humanidade que esgota recursos e sofre as consequências, pois se esquece dos ensinamentos e da História.
    Em 1969, o meteorologista Edward Lorenz usava a metáfora que o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo.


Google Sala de Aula
pela Dra. Naraelle Hohensee

Pinturas rupestres, região de Tadrart Acacus, Líbia, 12.000 a.C a 100 d.C.
Pinturas rupestres, região de Tadrart Acacus, Líbia, 12.000 a.C a 100 d.C (foto: Luca Galuzzi, CC BY-SA 2.5)
Os sítios de arte rupestre de Tadrart Acacus sobreviveram por 14.000 anos no deserto do sul da Líbia, mas eles agora estão sob séria ameaça. Desde 2009, o vandalismo tem sido um problema contínuo: pichações foram feitas com spray na superfície de muitas das pinturas, e pessoas gravaram suas iniciais na rocha. Mas apesar dos alertas da UNESCO e de outras organizações para o governo intervir com restaurações e medidas de segurança, os esforços para proteger esse antigo e precioso sítio têm sido gravemente prejudicados por conflitos armados e caos político.


A DEFESA DO POETA
(...)
Sou em código o azul de todos
(curtido couro de cicatrizes)
uma avaria cantante
na maquineta dos felizes.
(...)

Natália Correia

13 comentários:

chica disse...

São tantos acontercimento, tragédias que ficamos a pensar...
Triste tudo isso que estamos vendo e vivenciando! beijos praianos, chica

Maria João Brito de Sousa disse...

Apesar do caos, nós, humanos, somos poetas desde a alvorada da espécie e embora o pentâmetro jâmbico não possa salvar a humanidade - quem o disse, que já me não recordo? - continuaremos poetas até que o Sol se transforme numa Gigante Vermelha e, literalmente, nos engula, dentro de cerca de dez biliões de anos.

Continuemos a ser, como tão esplendidamente nos definiu Natália, "uma avaria cantante na maquineta dos felizes".

Um beijo, Ana!

Majo Dutra disse...

Querida Amiga, a sua análise sobre aspetos da atualidade foram bons momentos de leitura que agradeço.
O monarca só aceitou ajuda dos reinos... Deverá pensar que pela Europa abundam ditaduras de esquerda...
É triste saber do vandalismo sobre o Património Mundial...
Natália Correia é um símbolo de sagacidade, lucidez, talento, vivacidade e cultura... Gostei da sua homenagem.
O que leu no Convívio dos Poetas, não é poesia... Foi realidade...
Um fim de verão agradável.
~~~~~~~

Guma disse...

Querida Ana,
Grato pela excelente compilação e análise da publicação.
Nada disto algum de nós esperava vir a presenciar, sentir, pois sempre pensei que não haveria espaço para aguentar.
Rói por dentro e por fora, sentimos uma impotência enorme e entristece.
Equaciono se caminharemos no sentido de melhorar, ou, se o que estamos vivendo é ainda a ponta do iceberg e só vai piorar.
Um kandando, com o desejo de um bom fim de semana.

silvioafonso disse...

Da próxima vez me avisa que eu tomo
banho, faço a barba e visto aquela
roupa que uso em dias de missa.
Um beijo, obrigado e parabéns pela
postagem bonita do seu blog.

CÉU disse...

Ótimo post, querida amiga. O mundo está a perder o juízo e os valores.
Os "senhores do mundo" pensam que não morrem, e fazer mal é o seu objetivo.
Natália Correia fecha muito bem as tuas palavras.
Beijinhos e bom fim de semana.

J.P. Alexander disse...

Si seguimos a si estamos destinados a exterminarnos. Bello poema. Te mando un beso.

Olinda Melo disse...


"Ai que tristeza tamanha" vai pelo mundo.
A nossa memória, o legado deixado pelos
que nos antecederam vai sendo destruído
pelas lutas fratricidas e de poder.

A tua análise situa-nos bem no centro
da nossa grande tragédia.

Obrigada pelo rico texto que aqui ofereces
â nossa leitura.

Beijinhos, querida Ana.
Olinda

Juvenal Nunes disse...

Parece, de facto, que o mundo não tem emenda e está a cometer haraquíri.
Lamentam-se as catástrofes naturais, que são incontroláveis, mas incendeiam-se e desmatam-se florestas de forma insustentável.
Começam-se guerras intermináveis e todo o equilíbrio em que se movem aas sociedades ficam postos em causa.
As agressões de lesa-cultura tornam-se recriações da mais pura ignorância e aproximam-nos do vazio do abismo.
O que será preciso para a humanidade acordar e arrepiar caminho?
Abraço solidário.
Juvenal Nunes

Jaime Portela disse...

Ainda não percebemos que tudo está relacionado com o que vai acontecendo.
As causas são múltiplas, os remédio são escassos ou inexistentes.
Um excelente post, que li e reli.
Boa semana.
Um beijo.

Graça Pires disse...

Nem sei o que dizer, minha Amiga Ana. O caos que se instalou no mundo enlouquece muita gente. Os senhores do poder fazem o que querem mas sempre a favor deles mesmos. Há por todo o lado conflitos que fazem sofrer e morrer os mais desprotegidos. Creio que ninguém tem defesa. Nem mesmo os poetas. É um mundo tão triste...
Uma boa semana.
Um beijo.

São disse...

Em Portugal as duas criaturas que riscaram gravuras de Foz Côa foram absolvidas...

A Humanidade está em época de transição entre Eras: temo que não esteja à altura das suas responsabilidades!

Beijinho e feliz semana

Fá menor disse...

Muito bem colocada esta publicação. De facto, não consigo perceber para onde se encaminha o mundo e a humanidade... Vejo tudo tão feio!...

Beijinhos, amiga! Tudo pelo melhor!