Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Aos Vindouros, se os Houver...

B. N. França, 1910


Vós, que trabalhais só duas horas
a ver trabalhar a cibernética,
que não deixais o átomo a desoras
na gandaia, pois tendes uma ética;

que do amor sabeis o ponto e a vírgula
e vos engalfinhais livres de medo,
sem preçários, calendários, Pílula,
jaculatórias fora, tarde ou cedo;

computai, computai a nossa falha
sem perfurar demais vossa memória,
que nós fomos pràqui uma gentalha
a fazer passamanes com a história;

que nós fomos (fatal necessidade!)
quadrúmanos da vossa humanidade.

Alexandre O'Neill, Poemas com Endereço



B. N. França, 1910

8 comentários:

Bípede Implume disse...

Alexandre O'Neill, uma ironia que nos faz pensar. Se ele fosse vivo tinha "pano para mangas".
Amiga tenho aqui o "João Pestana" a apoquentar-me. Vou fazer ó-ó.
Beijinhos e boa noite.

Cristina disse...

Muito simpatico.Bom fim de semana, bisous.

Bípede Implume disse...

Olá Aninha
Bom fim de semana. Também vou aproveitar e descansar um pouco.
Beijinhos.

vieira calado disse...

Como uma premonição...

Beijoca

Janaina Amado disse...

Ah, Ana, que poema ótimo, que ironia boa a defender valores importantes - que são também os seus, eu sei. Não conhecia o poema!

Juℓi Ribeiro disse...

Ana:

Fico muito feliz ao receber
sua visita.
Seu bom gosto e sensibilidade
sempre se destacam em suas postagens.
Adorei o poema de O'Neil.
Beijo.

ADRIANO NUNES disse...

Ana,

Belíssimo soneto! Perfeito!

Abraço forte!
Adriano Nunes.

Domenico Còndito disse...

Olá Ana

Muito obrigado pelo apoio ao meu blog "Utopie del Mondo". Fiquei muito feliz e honrado pelo carinho, que tanta força me dá para começar esta nova aventura.

Abraços