Tuscany Village BOB PEJMAN |
Associar uma pintura da Toscana a Antero de Quental pode ser alguma coisa de estranho, para quem me ler. As estruturas antropológicas do imaginário têm destas coisas. Todavia, estive ali por duas vezes (1982 e 2009), sempre com o meu subsídio de férias, abdicando de luxos e de coisas materiais que não valorizo tanto como esse partir à descoberta da cultura do Mediterrâneo. Trabalho há trinta e seis anos, desde os dezoito, e continuarei a fazê-lo, se cá estiver, num tempo a perder de vista.
A Literatura é a minha paixão e profissão. Hoje, só Antero poderá ser a minha voz.
A Literatura é a minha paixão e profissão. Hoje, só Antero poderá ser a minha voz.
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Nas florestas solenes há o culto Da eterna, íntima força primitiva:
Na serra, o grito audaz da alma cativa,
Do coração, em seu combate inulto:
No espaço constelado passa o vulto
Do inominado Alguém, que os sóis aviva:
No mar ouve-se a voz grave e aflitiva
D'um deus que luta, poderoso e inculto.
Mas nas negras cidades, onde solta
Se ergue, de sangue medida, a revolta,
Como incêndio que um vento bravo atiça,
Há mais alta missão, mais alta glória:
O combater, à grande luz da história,
Os combates eternos da Justiça!
Antero de Quental, Sonetoshttp://www.tribunalconstitucional.pt/tc/acordaos/20130187.html
6 comentários:
Excelente post....
Cumprimentos
um dos sonetos meus preferidos...
e julgo compreender a associção que fazes - no panteísmo de Antero.
beijo
Este desconhecia.
Amo , como tu, o Mediterrâneo...
Bons sonhos, Aninha
Uma associação curiosa esta.
A justiça (ainda que parcelar), neste caso, permite a busca pelo que nos deslumbra e nos torna mais felizes...
A felicidade tem sempre um preço!
Um beijo
E viva Antero, Aníssima! Belo Antero.
Antero, actualíssimo!
Bj
Olinda
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