Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Balada para los poetas

Roteiro de férias

wikipedia



Recordando...à partida...


Autor: Rafael Alberti
In Memoriam
 

Balada para los poetas Andaluces de hoy
 
¿Qué cantan los poetas andaluces de ahora?
¿Qué miran los poetas andaluces de ahora?
¿Qué sienten los poetas andaluces de ahora?

*
Cantan con voz de hombre, ¿pero donde están los hombres?
con ojos de hombre miran, ¿pero donde los hombres?
con pecho de hombre sienten, ¿pero donde los hombres?

*
Cantan, y cuando cantan parece que están solos.
Miran, y cuando miran parece que están solos.
Sienten, y cuando sienten parecen que están solos.

*
¿Es que ya Andalucia se ha quedado sin nadie?
¿Es que acaso en los montes andaluces no hay nadie?
¿Qué en los mares y campos andaluces no hay nadie?

*
¿No habrá ya quien responda a la voz del poeta?
¿Quién mire al corazón sin muros del poeta?
¿Tantas cosas han muerto que no hay más que el poeta?

*
Cantad alto. Oireis que oyen otros oidos.
Mirad alto. Veréis que miran otros ojos.
Latid alto. Sabreis que palpita otra sangre.

*
No es más hondo el poeta en su oscuro subsuelo.
encerrado. su canto asciende a más profundo
cuando, abierto en el aire, ya es de todos los hombres
Andaluzia
Versão Cantada pelos AguaViva
¿Qué cantan los poetas andaluces de ahora?
¿Qué miran los poetas andaluces de ahora?
¿Qué sienten los poetas andaluces de ahora?

Cantan con voz de hombre
Pero, ¿dónde los hombres?
Con ojos de hombre miran
Pero, ¿dónde los hombres?
Con pecho de hombre sienten
Pero, ¿dónde los hombres?

Cantan, y cuando cantan parece que están solos
Miran, y cuando miran parece que están solos
Sienten, y cuando sienten parece que están solos

¿Qué cantan los poetas, poetas andaluces de ahora?
¿Qué miran los poetas, poetas andaluces de ahora?
¿Qué sienten los poetas, poetas andaluces de ahora?

Y cuando cantan, parece que están solos
Y cuando miran , parece que están solos
Y cuando sienten, parece que están solos (BIS)

Pero, ¿dónde los hombres?

¿Es que ya Andalucía se ha quedado sin nadie?
¿Es que acaso en los montes andaluces no hay nadie?
¿Que en los campos y mares andaluces no hay nadie?

¿No habrá ya quien responda a la voz del poeta,
Quien mire al corazón sin muros del poeta?
Tantas cosas han muerto, que no hay más que el poeta

Cantad alto, oireis que oyen otros oidos
Mirad alto, vereis que miran otros ojos
Latid alto, sabreis que palpita otra sangre

No es más hondo el poeta en su oscuro subsuelo encerrado
Su canto asciende a más profundo,
Cuando abierto en el aire ya es de todos los hombres

Y ya su canto es de todos los hombres
Y ya su canto es de todos los hombres
Y ya su canto es de todos los hombres
Y ya su canto es de todos los hombres (BIS) 

BOAS FÉRIAS, AMIGOS!

domingo, 25 de julho de 2010

XACOBEO 2010

                     
Xunta de Galicia/2010



Perco-me pelas ruas miudinhas de Santiago de Compostela. Deixo-me arrastar por uma multidão barulhenta, ávida de fé e de novidade. Novos e velhos crentes sabem que esta cidade medieval se encaminhará, inevitável, para a praça da catedral. Ter fé reside na certeza dos passos seguros e guiados.
De Xacobeo em Xacobeo me perco por ti. A nossa fé faz-se de laços que atámos neste dia, noutro Verão longínquo, quando era vinte e cinco de Julho.

Santiago de Compostela



 Compostela tem, por isso, a geografia de um sonho firme e quente. Tem a contradição de pólos que se atraem na sua diferença original. Mergulhada na treva nocturna, deserta e húmida, chega a impor-me um terror que não me consinto. Olho os nomes das ruas e revejo textos... Rosalía de Castro traz-me a candura de jovem amor. Caminho pela sua rua e, de memória, vou lendo:




Uma mller sin home..., 
ίsanto bendito!,
é corpiño sin alma,
festa sin trigo,
pau viradoiro
que onda queira que vaia
troncho que troncho.

Mais, em tendo um homiño,
ίVirxe do Carme!,
non hai mundo que chegue
pra um folgarse.
Que, zambo ou trenco,
sempre é bo ter un home
para um remédio.

Eu sei dum que cobisa
causa miralo,
lanzaliño de corpo,
roxo e encarnado,
caniñas de manteiga,
e palavras tan doces 
qual mentireiras. 

(Rosalía de Castro) 




Mas é Gonzalo Torrente Ballester que me acompanha hoje, por estas ruelas de lage onde escorrego suavemente. O Decano parece ganhar vida e abandonar a personagem para passear-se por aqui. Já não morrerá, O Decano
Bruxas e duendes vieram das florestas e o ruído distante do mar ecoa ainda. Eu nada vejo porque não creio. Eu sinto sem acreditar. As dúvidas são assim: incham-nos de antagonismos.
***
José pergunta-me para onde estou a olhar e respondo então:
- Pede-me um abade de Priscos.
Celebremos, sem sombra de pecado!

 Ana






(imagens google)




sexta-feira, 23 de julho de 2010

No silêncio dos olhos




GUSTAVE CAILLEBOTTE



Em que língua se diz, em que nação,
Em que outra humanidade se aprendeu
A palavra que ordene a confusão
Que neste remoinho  se teceu?
Que murmúrio de vento, que dourados
Cantos de ave pousada em altos ramos
Dirão, em som, as coisas que, calados,
No silêncio dos olhos confessamos?


J. SARAMAGO, Os poemas Possíveis

domingo, 18 de julho de 2010

Água!


 
Minho, Lima

 Poderia caminhar com o Lima a meu lado. 
A água em murmúrios secretos.




Açores, Terceira

Podia olhar esta enseada, ancorada...
Monte Brasil, à direita, casal selecto.



Açores, S. Miguel

 Podia ser safira ou esmeralda
 Perdida na lenda de uma grinalda.


   Açores, S. Miguel
   

 Podia ser dourada...




Atlântico
  

 Revoltada...
 Em mar alto, sobressalto!


Madeira
  

 De azul intenso!



Madeira


Podia ser cinza denso...



Grécia


Podia ser ...
Cintilante e puro
Este duro
 Calor imenso!



 Ana






«GAIOLA DE DARWIN- 2010»


Espreitando o meu amigo     http://oguizoeogato.blogspot.com/
deparei-me com esta lista de premiados:

«GAIOLA DE DARWIN- 2010»

a:

«A arte é o encontro da vida»
e demais blogues de
Pedrasnuas
@

«...»
de
Lélé

@

«a tradução da memória»
de
Alice

@

«A Voz das Palavras»
de Sam, Miguel, Eva e JPD

@

«As minhas pequenas coisas»
de
S*

@

«bibliofilia entre parêntesis»
de
R.

@

«branco no branco»
de
mdsol

@

«Cuidando do nosso canteiro interior»
de
Chica

@

«Doce ou Travessura?»

e demais blogues
de
ISA GT

@

«Em pequenas doses»
e demais blogues
Arabica

@

«EXPERIMENTALIDADES»
de
Jose Augusto Nozes Pires

@

«Fardilha's»
de
Mona Lisa

@

«flor de lis»
de
Lis

@

«Fotos Incompletas»
e demais blogues de
Jose Luis

@

«Há-dias-assim»
de
há dias assim

@

«(In)Cultura»
de
ana

@

«JUST A WOMAN»
e demais blogues
de
Brown Eyes

@

«Malefícios da felicidade»
de
Rui

@

«mar arável»
de
Eufrázio Filipe

@

«Obviário»
de
VIA

@

«Os meus óculos do mundo»
e demais blogues
Teresa

@


«Papel de Fantasia»
de
Alberto

@

«Pensamentos. Ideias e Sonhos»
de
Olga

@

«Pin Gente»
de
Luisa

@

«poesia de vieira calado»
e demais blogues
de
Vieira Calado

@


«Pretexto-Clássico»
de
Outono

@

«Quarteto de Alexandria»»
de
Justine

@

«Rara Avis»
de
Ana Tapadas

@

«RECALCITRANTE»
de
MEG

@

«Rosa dos ventos«
de
Rosa

@

«SÃO»
de
São

@

«Sempre por perto»
de
Oliva Verde

@

«Só te peço 5 minutos»
de


@

«Through my eyes»
e demais blogues
de
Anna

@

«Trivialidades e Croquetes»
de
MagyMay

@


Sob um desértico calor alentejano, Refugiada da «hora do calor» - das 12 h às 17h - e aproveitando para trabalho burocrático de preparação do próximo ano lectivo, agradeço esta lufada de ar fresco.


Obrigada JPD!


AMIZADE

 


Com os dias a correrem ao ritmo de muitas provas e de exames, sabe bem receber um miminho,  quando por breves momentos espreito através desta janela.


 Obrigada, Helô!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Europa: mito e realidade

 Europa: mito e realidade



«A princesa Europa nasceu no mediterrâneo e era filha de Agenor o rei fenício de Sídon, segundo os mitos gerados nas cidades que se levantam de um lado e do outro do Mar Egeu. Zeus, o deus dos deuses, tinha-se apaixonado loucamente por ela. Certo dia, a princesa passeava na praia com as suas companheiras, quando Zeus tomou a forma de um touro branco e, mansamente, se veio deitar a seus pés. Europa acariciou primeiro o animal e, depois, deixou-se subir para o seu dorso. Nesse momento, o touro levantou-se impetuosamente e cavalgando as ondas do mediterrâneo foi depositá-la debaixo de um plátano, na ilha de Creta,

mar de Creta - 2008

ilha onde Zeus tinha passado a infância. Diz o poeta Mosco de Alexandria, que Europa, rainha de Creta, foi “mãe de filhos gloriosos cujos ceptros hão-de acabar por dominar todos os homens da terra”. Este quadro da filha do rei fenício raptada por um touro, divindade cretense mas igualmente de fenícios e arameus, não fica completo sem uma referência ao sonho da bela princesa. 


 Knossos - 2008


Europa tinha tido um pesadelo perturbante no dia anterior ao rapto, no qual duas mulheres exigiam a autoridade sobre ela, uma delas representava a Ásia e declarava ser sua mãe; a outra que simbolizava um continente desconhecido (América), afirmava que Europa lhe tinha sido dada por Zeus.


 Creta - 2008

Nos mitos gerados no mar egeu, Europa é, deste modo, o nome que se deu a um novo continente que tem a Ásia por mãe. Sabemos hoje, através da arqueologia, que a civilização europeia viajou no mediterrâneo na proa dos barcos fenícios, e Creta é o seu primeiro pólo, mas que esta civilização  se desenvolveu  como resultado das ligações terrestres que uniram a Europa à Ásia através da actual Turquia.


 Heraklion - 2008

Se a civilização europeia nasceu na fenícia, é através de Ulisses que vem até ao ocidente mediterrânico, e até ao território actualmente português, trazida pelas diásporas fenícias, cartaginenses e romanas».


(Adaptado de http://www.umoderna.pt/tejo/turquia/re.htm)



(Quem me dera voltar a Creta! )

sábado, 10 de julho de 2010

Variação e mudança

CESC GINESTA


Variação e mudança são dois princípios basilares da Língua. A Língua é o veículo privilegiado da Cultura.
Não, meus amigos, não estou a começar mais uma das minhas aulas. Agora, os meus alunos estão de férias e gozam o merecido descanso de quem cumpriu o seu dever e, uma vez mais, não me desiludiu nas provas nacionais.  Andei, por conta destas, muito afastada do RARA AVIS. Ontem, saturada de calor e de sol, galguei os cem quilómetros que me separam da fronteira, recarreguei baterias varando a planície tisnada e madura e entrando em Espanha. 
Gosto de Espanha? Sou ibérica. A diversidade cultural fascina-me. Extremenhas que falam gritando e eu tão pouco de gritos; cores garridas e os tons safari do meu vestuário estival...Hispânia antiga, diversa de nacionalidades, de povos, culturas e Línguas!
Ideia abstracta - no dizer de Unamuno - esta Espanha que vai impondo o castelhano como falar comum. O castelhano a que, por contaminação, se chama espanhol. No campo da Linguística não conheço nenhuma Língua com esse nome redutor. Conheço o castelhano, Língua bela e vigorosa, que tão bem expressa a Teologia, a Filosofia, a Prosa e a Poesia.
Com decepção olhei os jornais expostos: a carta linguística da Catalunha maltratada; as bandeiras de Espanha contadas a 70% nas janelas de Barcelona  - a propósito do «mundial de futebol»; os títulos irónicos e as conclusões apressadas.
Percebi que hoje teria um «post» maior do que de costume e que deveria abdicar da minha brincadeira com as palavras para ser mais objectiva.
A riqueza maior da Hispânia é essa maravilhosa variedade linguística e a  mancha multicultural. Num tempo em que, todos os dias desaparecem Línguas nativas do planeta, urge denunciar a prepotência obscurantista. Sei bem das implicações que uma Língua tem na unificação de um país, sei bem do poder económico da Catalunha, sei bem porque não se fazem manchetes com o Galego... mas, pensar que se pode apagar uma Língua por causa de outros incómodos é um perigo latente de conflitualidade.
Lembrei-me, então, da beleza poética  de um «mail» que um meu amigo catalão me mandara. Como apagar esta LLENGUA?



La meva llengua
 
*No em preguntis per què, però l’estimo
de cor la meva llengua;
no ho preguntis en va, sols puc respondre’t:
“L’estimo perquè sí, perquè és la meva”.

L’estimo perquè sí; perquè eixa parla
és la parla mateixa
que al son d’una non-non la més hermosa
bressa amorosament ma son primera.

L’estimo de tot cor, per catalana,
l’estimo perquè en ella
la rondalla primera em contà l’àvia
un capvespre d’estiu mentre el sol queia.
 
L’estimo de tot cor, perquè en descloure’s
l’exquisida ponzella
de mos vint anys, aquell sublim “t’estimo”
va dictar-me l’amor en eixa llengua.

L’estimo de tot cor, perquè la parlen
els meus amics de sempre,
els que ploren amb mi i els que amb mi riuen,
els que em criden avant! i avant m’empenyen.

L’estimo de tot cor, perquè cigales,
i espigues i roselles,
i els rossinyols i el mar i el cel i l’aire
sos grans secrets en català em revelen.
 
L’estimo de tot cor, perquè no en trobo
de més franca i més bella...
I em preguntes per què? I això em preguntes?
L’estimo perquè sí, perquè és la meva.
  Apel.les Mestres


Obrigada, Cesc!

http://www.unesco.org/culture/ich/index.php?pg=00206
(Atlas Linguístico - segundo a UNESCO desaparecem catorze Línguas por dia)